Os dias de Rita Redshoes

As sugestões da cantora e compositora para esta semana

Os dias de Rita Redshoes

A 9 de dezembro, Rita Redshoes sobe ao palco do Teatro da Trindade com o seu novo projeto, Rita & Os Usados de Qualidade, que partilha com nomes bem conhecidos do meio musical. Para os próximos dias, a agenda cultural da artista inclui uma exposição, um bailado e um livro.

Foi durante a adolescência que Rita Redshoes percebeu que queria fazer da música a sua vida. Com apenas 14 anos fez parte de uma banda na escola secundária, e, apesar de ter estudado Psicologia, acabou por seguir o seu primeiro instinto. Foi membro dos Atomic Bees, cantou com David Fonseca, GNR, The Happy Mess, The Legendary Tigerman, Sérgio Godinho, Mano a Mano ou Luísa Sobral (para mencionar apenas alguns nomes), lançou vários discos, colaborou em bandas sonoras e também escreveu livros (alguns para crianças). Lado Bom, o seu último disco, saiu em 2021 e é o primeiro onde canta integralmente em português.

Agora, Rita está de volta aos palcos com o projeto Rita & Os Usados de Qualidade. Recente no panorama musical português, o grupo é composto por nomes bem conhecidos do público, como José Peixoto (guitarra), Manuel Paulo (piano), Norton Daiello (baixo) e Ruca Rebordão (percussão). Criado com o intuito de celebrar a música na sua forma mais pura, a banda interpreta composições de João Monge que falam de amor, vida e experiências partilhadas. O projeto tem uma identidade musical muito própria e percorre diversos estilos, já que os seus membros vêm de diferentes meios musicais.

Habitar a Contradição, de Carlos Bunga

Patente no Centro de Arte Moderna da Fundação C. Gulbenkian
Até março de 2026

Habitar a Contradição é uma das exposições mais pessoais e complexas de Carlos Bunga, patente no CAM. Nela, o artista explora os limites da pintura e da forma, expandindo o seu trabalho para o desenho, a escultura, a instalação, a fotografia e vídeo. Inspirada na obra My first house was a woman 1975 (2018), a exposição parte de uma memória pessoal (a migração da mãe do artista de Angola para Portugal) para refletir sobre identidade, deslocamento e transformação. Sobre o trabalho de Carlos Bunga, Rita diz “leva-nos a caminhar pelo seu espaço ora frágil, ora robusto, onde nos vamos sentindo pequenos e achados ou perdidos e reais”.

Lago dos Cisnes

Pelo Ballet de Kiev
A 5 e 6 de dezembro, no Teatro Tivoli BBVA

“Chegar a dezembro e não assistir a um espetáculo de bailado leva-nos quase a crer que o Natal não existe. Felizmente temos oportunidade de sonhar em delicadeza”. O Lago dos Cisnes é outra das recomendações de Rita para esta semana. Esta obra clássica – que conta com coreografia de Marius Petipa e música de Piotr Tchaikovsky – aborda a dualidade entre o bem e o mal, representada pela pureza do cisne branco, Odette, e pela duplicidade de Odile, cisne negro e filha do feiticeiro. Um clássico imperdível nesta época natalícia, agora dançado pelo Ballet de Kiev.

Para os Caminhantes Tudo é Caminho, de José Tolentino Mendonça

Quetzal Editores

O mais recente livro de José Tolentino Mendonça foi publicado em novembro e fala sobre a vida, o amor, a morte e o perdão. Para os Caminhantes Tudo é Caminho foca-se no tempo acelerado em que vivemos, e reflete sobre a procura individual de um caminho, propondo a esperança como resposta ao fatalismo. “O poeta escritor que nos desperta em cada livro para um ato de generosidade e esperança perante a vida e curiosidade sobre a existência. É mais uma pérola nos nossos caminhos literários”, refere Rita.