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A nova casa dos pinguins
Os pinguins-de-magalhães e as andorinhas-do-mar-inca regressaram ao Oceanário
O Oceano do Sul é o novo habitat dos pinguins-de-magalhães no Oceanário de Lisboa. Depois de 10 meses de obras de reconstrução, podemos vê-los agora mais de perto, em corridas debaixo de água e em passeios na praia.
Naqueles habituais passos desengonçados, o pinguim caminha de um lado para o outro, em cima de uma rocha, mesmo à beirinha da água. Vai olhando para o grande tanque que tem ao lado, mas a coragem tarda em aparecer. Ali fica, para trás e para a frente, sem parar. À sua volta, os outros pinguins ora nadam, ora são embalados pelas ondas que desaguam na areia, ora se escondem nos buracos das rochas.
No Oceanário de Lisboa, desde a sua inauguração em 1998, esta é a primeira vez que se faz uma reconstrução tão grande nos habitats dos animais. Durante dez meses, os pinguins-de-magalhães e as andorinhas-do-mar-inca estiveram longe do olhar dos visitantes, para agora poderem ser vistos mais de perto e num lugar mais amplo que recria as zonas costeiras subantárticas, com rochas, cascatas, gelo, estalactites e uma área para nadar com simulação de ondas de maré. O objetivo, explica o Oceanário, foi “elevar o padrão de bem-estar animal e a diversificação ambiental”.
Anteriormente conhecido como Antártico, o espaço ganhou também uma nova designação seguindo a nomenclatura da Organização Hidrográfica Internacional: Oceano do Sul. Aqui, vivem hoje 29 pinguins-de-magalhães, organizados em comunidade e cada um com o seu nome, e 12 andorinhas-do-mar-inca, que esvoaçam ali por cima, atentas ao que acontece cá em baixo. Para Xico, Sal, Zorrina, Frank e os outros pinguins existe toda uma nova casa para explorar, desde os recantos mais escondidos onde podem fazer ninhos, até ao fundo do oceano, onde arriscam mergulhar.

Para os vermos debaixo de água, vale a pena descer ao piso 0 do Oceanário e ficar colado ao vidro do tanque – à hora da refeição, passam a grande velocidade, em divertidos jogos de perseguição, para roubar o peixe da boca uns dos outros, como se não houvesse quantidade suficiente. Por aqui, parece não haver tédio. E pressão, só a das três quedas de água fria, que dão ao ambiente o fresquinho do Oceano do Sul.
Os aquaristas garantem, mesmo, que os pinguins já tinham saudades de receber visitas no Oceanário. A verdade é que todos aparentam uma alegre tranquilidade… ou quase todos. Mas até esse, ao fim de vários minutos a andar para trás e para a frente, lá se faz forte e finalmente mergulha, feliz.