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Por Campo de Ourique…
A diretora da Skoola, Mariana Duarte Silva, conduz-nos pelo bairro

A Skoola, academia de música urbana, mudou recentemente de morada, mas continua com a mesma vontade de juntar crianças e adolescentes e lhes dar instrumentos – musicais e não só. Fomos conhecer o novo espaço com a sua fundadora, Mariana Duarte Silva, e descobrir por onde se movimenta por ali.
Mariana Duarte Silva apresenta-se sempre como “mãe de três rapazes” e já foi considerada uma das mais importantes mulheres empreendedoras em Lisboa. Em 2014, depois de anos a trabalhar na promoção e produção musical, trouxe de Londres o Village Underground e transformou autocarros sem uso num espaço de eventos culturais. Foi aí que, mais tarde, fundou a Skoola, seguindo “uma vontade muito grande de fazer um projeto educativo de base musical”.
Skoola – a magia de fazer com todos
Há microfones, djembés, teclados, uma bateria, guitarras, maracas e outros instrumentos na sala. Também há sorrisos e gargalhadas, brincadeiras e muita concentração. Nesta aula da Skoola, cada um escolheu o que queria tocar e as melodias vão-se fazendo em conjunto. A academia de música urbana que nasceu dentro do Village Underground Lisboa, em 2021, funciona agora num antigo ginásio recuperado da Escola Básica Integrada Manuel da Maia, em Campo de Ourique. Quando a fundou, Mariana Duarte Silva sabia exatamente como queria que fosse este lugar de aprendizagem e crescimento, por oposição ao tradicional ensino da música. “É uma metodologia de educação não formal, por serem os jovens que escolhem o que querem aprender. Os facilitadores vão dando ferramentas para cada um ir construindo o seu processo criativo e isso torna-os mais autónomos na criação e no pensamento. Uma forma mais aberta, criativa e inclusiva, porque não deixa ninguém de fora”, explica.
À Skoola chegam miúdos com mais ou menos talento musical e com mais ou menos necessidades, sejam financeiras, sociais ou de saúde mental, por exemplo. A escola tem bolsas para quem não pode pagar (em parte financiadas pelas propinas dos que podem) e muitas estratégias para a integração. “A música é realmente uma ferramenta que consegue fazer a diferença e operar a mudança”, acredita Mariana. Pensada como um projeto de impacto social, a Skoola tem vindo a abrir-se aos jovens mais privilegiados. “Só assim faz sentido. Essa é a magia: misturar e fazer com todos. Uns aprendem com os outros e todos aprendemos em conjunto.”
Os locais de Campo de Ourique
Livraria Ler
Rua Almeida e Sousa, 24 / T.213 888 371
“Tem um atendimento muito personalizado e simpático. É sempre lá que vou quando quero um livro para mim, para os meus filhos ou para oferecer a alguém.”
Ateliê de Felipa Almeida e Sousa
Rua Almeida e Sousa, 27 R/C DTO
“Artista e curadora, a Felipa foca-se na origem dos objetos em cerâmica portugueses. Tem um trabalho muito bonito, faz visitas ao ateliê e organiza exposições com outros artistas.” Neste mês, haverá uma mostra com peças de 27 artistas de diferentes gerações e origens que recuperam e reinterpretam o tradicional moringue, a bilha de barro com dois gargalos e uma asa, usada antigamente no campo para manter a água fresca.
Exposição Moringue vazio não carrega só vento, 18 a 20 de setembro
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Casa Príncipe
Rua Coelho da Rocha, 31A
A editora Príncipe Discos, com a associação Filho Único, também se mudou recentemente para Campo de Ourique, e Mariana aplaude esta chegada. “Fiquei muito contente por terem vindo para Campo de Ourique. O novo espaço, que já fui conhecer, é escritório e estúdio e têm uma loja onde vendem discos e merchandising. Acredito que a Casa Príncipe vá trazer mais dinamização e mais músicos, e que vá marcar o bairro.”
Biblioteca/ Espaço Cultural Cinema Europa
Rua Francisco Metrass, 28 / T.218 009 927
“Se preciso de me concentrar ou de escrever é para aqui que vou, com o telefone no silêncio. Gosto muito de escrever no meio de livros e de jornais. Recentemente, conheci o auditório, que também me pareceu um ótimo espaço”, diz Mariana Duarte Silva sobre esta biblioteca nascida no edifício que funcionou como sala de cinema até ao início dos anos 80 do século passado e que ainda mantém, como imagem de marca, o alto-relevo do escultor Euclides Vaz.
Cemitério dos Prazeres
Praça São João Bosco, 568
“Gosto muito de ir ali passear. Para mim, não é nada mórbido. Tem uma vista muito bonita para Monsanto e, quando preciso de calma, dou umas voltas por lá.”
Barbeiro Diamante
Rua Saraiva de Carvalho, 128 / T.213 902 605
“Para mim, é cultura. Este barbeiro centenário resiste em Campo de Ourique e foi lá que os meus filhos fizeram os primeiros cortes de cabelo. O corte à Diamante é um clássico do bairro.”
Pátio dos artistas
Rua Coelho da Rocha, 69
“Sempre tive muita curiosidade e só recentemente lá entrei. É uma pérola no meio de Campo de Ourique.”
Padaria do Povo
Rua Luís Derouet, 20A / T.213 620 464
“Organizei lá várias festas e é ótimo para se ir beber um copo ao fim do dia.”