Os dias de Alice Neto de Sousa

A agenda cultural da poeta para esta semana

Os dias de Alice Neto de Sousa

São várias as sugestões da poeta Alice Neto de Sousa para esta semana: noites de stand-up comedy e de poesia, mas também um livro, um filme, uma visita a uma livraria de poesia e muita música.

No original, chama-se Something, Someday. Por cá, o livro para a infância, escrito pela poeta e ativista Amanda Gorman, ganhou o nome de Pouco a pouco. A edição da Orfeu Negro chegou recentemente às livrarias com tradução da também poeta Alice Neto de Sousa. São dela as palavras em português que nos prendem, página após página, nesta história sobre como os gestos mais simples podem originar mudança e como, começando em cada um de nós, conseguimos, todos juntos, chegar mais longe. Um texto que, pelo seu ritmo, nos apeteceria ouvir dizer e que facilmente imaginamos na voz de Alice.

Para esta semana, a poeta – atualmente em criação artística – faz várias sugestões culturais, que vão da stand-up comedy à música, passando sempre pela poesia, claro.

Noite de stand-up comedy

26 junho, 21h30
Brooklyn Comedy Club

Todas as últimas quintas-feiras do mês, há uma noite de stand-up comedy no Brooklyn Comedy Club, na Praça da Alegria. “Assisti à sessão do mês de maio e é ideal para um serão de antecipação do fim-de-semana, com o anfitrião Carlos Pereira e um leque de convidados mistério”, sugere Alice Neto de Sousa.

Poemacto

27 junho, 19h30
Camones – Artes Bar

Fica na Graça, este bar com música ao vivo, que mensalmente celebra a poesia contemporânea. “Um espaço de poesia intimista, dirigido por Solange Pacífico, onde há lugar para poesia, música e o momento de microfone aberto – o meu favorito – para ouvir e conhecer novos artistas e ocasionalmente partilhar poemas engavetados.”

Livraria Poesia Incompleta

Rua de São Ciro, 26
Terça a domingo, 11h às 19h49

Alice Neto de Sousa sugere, para esta semana (e para as outras também), uma visita à Poesia Incompleta. “Uma livraria dedicada à poesia, onde encontram todos ou quase todos os livros que procuram, com o Changuito à porta para vos receber”, diz, referindo-se ao livreiro que começou este projeto em 2008 e que, dez anos depois, o trouxe para a Lapa.

Siddhartha, de Hermann Hesse

D. Quixote e Bis

“Li pela primeira vez no final do ano de 2023 numa altura de mudança e transição, guardo a calma e a leveza e um lugar para voltar quando precisar de fôlego”, revela a poeta sobre este livro originalmente publicado em 1922 e que tem duas edições disponíveis em português, uma delas de bolso.

I’m thinking of ending thing / Tudo Acaba Agora, de Charlie Kaufman

Em streaming, na Netflix

Sobre esta longa-metragem, estreada há quatro anos, afirma Alice Neto de Sousa: “Tirando o filme inteiro, que até hoje estou a tentar compreender, recomendo para já a cena do poema Bonedog, dito pela atriz Jessie Buckley dentro do carro, entre para-brisas, a neve e o silêncio, cada palavra um reflexo inequívoco da chegada da solidão.”

Lisbon Poetry Orchestra

É um coletivo formado por músicos e poetas e Alice Neto de Sousa aconselha-nos a ouvi-lo. “Um dos primeiros concertos de poesia e música que ouvi, guardo as interpretações dos poemas Havemos de ir a Viana, de Filipa Leal, Epitáfio de Domingo, de Cláudia R. Sampaio, e Poema Pouco Original do Medo, de Alexandre O’Neill, ainda bem presentes.”

Não existe amor em SP, de Criolo

Outra sugestão musical, o trabalho do cantor, rapper, compositor e ator brasileiro: “Comecei um poema, em construção, inspirada na música Não existe amor em SP, do artista Criolo, uma letra-poema intemporal para ouvir em loop, com linhas de um entendimento profundo e um olhar atento sobre a experiência humana e a sociedade.”