Uma “bela vista” para a música

Segunda edição do MEO Kalorama no Parque da Belavista

Uma “bela vista” para a música

Vem aí a segunda edição do MEO Kalorama, um festival de música com uma oferta diferenciada e contemporânea, que este ano volta a decorrer no Parque da Belavista. Entre 31 de agosto e 2 de setembro, há 64 concertos para ver, distribuídos por quatro palcos. Estivemos à conversa com Andreia Criner, diretora de comunicação do evento, que nos falou dos maiores desafios de montar um festival desta envergadura, e que nos deixou as suas sugestões.

Na reta final do verão, mesmo antes do início da rentrée, Lisboa recebe o MEO Kalorama. O festival estreou-se o ano passado no Parque da Belavista, fazendo justiça ao nome (kalorama é a palavra grega para “bela vista”), e regressa para “confirmar que o sucesso da primeira edição não foi em vão”, como afirma a diretora de comunicação Andreia Criner. Nesta segunda edição, entre os cabeças de cartaz estão os Blur, Florence and The Machine e os Arcade Fire, argumentos de peso para conquistar um público que se pretende cada vez mais heterogéneo.

Por falar, precisamente, no público, na primeira edição do MEO Kalorama, 32% dos espectadores do festival eram estrangeiros, um número que, para a organização, fez todo o sentido, uma vez que “não descaracteriza o festival. Ouve-se, sobretudo, falar português, mas também muitas outras línguas, e essa mescla é muito interessante.”

Sobre como se seleciona um cartaz desta envergadura, Andreia Criner explica: “programa -se com risco, com vontade de mostrar coisas novas, nomes que o grande público provavelmente ainda não conhece. A dinâmica destes grandes festivais é essa: programar alguns nomes seguros, tendo espaço para poder mostrar coisas novas, introduzindo o que achamos que vão ser os grandes artistas do futuro.”

Tamino, uma espécie de ‘filho’ entre Jeff Buckley e Leonard Cohen, é uma das atuações que Andreia não quer perder.

O evento assenta sobre três pilares: música, arte e sustentabilidade. “Os festivais produzem pegadas ambientais pesadas, e por isso começamos o festival a pensar no que vamos fazer com os resíduos. Existe um plano e um compromisso público. Temos um projeto muito sério, empenhado e escrutinado”. A arte é outro ponto forte: “Lisboa é uma mostra de arte urbana a céu aberto, por isso este ano vamos ter ainda mais arte espalhada pelo recinto. Temos também a preocupação de ter muitos artistas nacionais, inclusive de Marvila, como os Underdogs ou Chelas é o Sítio. Do ponto de vista artístico, é uma zona extraordinária e que pulsa de talento.”

E, como a música é o principal, não podíamos deixar de pedir a Andreia as suas sugestões: “a nível pessoal, quero muito ver Tamino, uma espécie de ‘filho’ entre Jeff Buckley e Leonard Cohen. Não tenho dúvidas de que vai chegar longe e penso que irá chegar a Portugal relativamente desconhecido do público. Um dos nomes que penso que gera mais curiosidade é o de Ethel Cain. Outro nome interessante é a Siouxsie, mas talvez para uma geração um pouco mais velha.”

“Os Yeah Yeah Yeahs também são um nome imperdível. Já não vêm a Portugal há muitos anos e têm disco novo para apresentar”, sublinha Andreia. Mas, há mais: “Aphex Twin penso que vai ser o encontro de uma geração e os Prodigy também são um nome forte. Será com grande aperto no coração que não vamos ter o Keith Flint no palco, mas vai ser bom celebrar a sua memória, até porque passam 25 anos do lançamento de The Fat of the Land.”

Para concluir, a diretora de comunicação do Kalorama lembra ainda que “Arca, Pablo Vittar e Tiga são  outros nomes a não perder. E, claro, temos artistas lusófonos muito bons. Quero muito ver Scúru Fitchádu, Pongo ou Dino D’Santiago.”

Toda a programação pode ser consultada aqui.