Terror vezes dez no MOTELX

As sugestões dos diretores artísticos Pedro Souto e João Monteiro

Terror vezes dez no MOTELX

O MOTELX - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa regressa a Lisboa, de 6 a 12 de setembro, para assustar os mais corajosos. A Agenda Cultural de Lisboa desafiou os diretores artísticos Pedro Souto e João Monteiro a escolherem 10 filmes a não perder nesta 16.ª edição do evento.

O festival, que tem como sala principal o Cinema São Jorge, apresenta um programa que inclui mais de 100 filmes. O grande destaque vai para o cinema de terror português com o lançamento do livro O Quarto Perdido do MOTELX – Os Filmes do Terror Português (1911-2006), uma homenagem ao produtor Paulo Branco e a estreia de várias obras nacionais. A edição deste ano apresenta ainda vários convidados especiais, entre eles o mestre do terror italiano Dario Argento, que vem apresentar o seu mais recente trabalho, Dark Glasses. Cine-concertos, masterclasses, workshops e um programa dedicado aos mais novos complementam a programação.

As sugestões de Pedro Souto

Final Cut,

de Michel Hazanavicius, Fra, RU, Jap, 2022, 110’

O remake francês do filme de zombies japonês One Cut of the Dead (que ganhou o prémio do público no MOTELX 2017) desta vez realizado por Michel Hazanavicius, realizador de The Artist, e que curiosamente foi o filme de abertura de Cannes 2022.

Something in the Dirt,

de Justin Benson, Aaron Moorhead, EUA, 2022, 116’

Uma comédia negra de ficção científica, um excelente exemplo de um bom filme produzido no contexto das limitações associadas às restrições da pandemia, realizado, escrito e protagonizado pelos estadunidenses Aaron Moorhead e Justin Benson, conhecidos por The Endless, Synchronic, Spring e que presentemente realizam as séries Moon Knight e Loki do universo Marvel.

Fall,

de Scott Mann, EUA, 2022, 107’

Uma escalada traumática a uma torre de rádio abandonada perdida no deserto com mais de 600 metros de altura. Um survival dedicado a todos os que sofrem de vertigens. Realizado por Scott Mann.

Silent Night,

de Camille Griffin, RU, 2021, 90’

A primeira longa-metragem de Camille Griffin tem o seu filho, Roman Griffin Davis (“Jojo Rabbit”), como um dos protagonistas. Conta ainda com Keira Knightley, Matthew Goode e Lily Rose-Depp. Um filme pré-apocalíptico de Natal para matar saudades dos jantares de família.

New Religion,

de Keishi Kondo, Jap, 2022, 100’

Uma fantasia art-house de terror realizada por Keishi Kondo, uma nova e inquietante voz japonesa que nos traz a história de uma mulher prostituta que se depara com a peculiar obsessão fotográfica de um misterioso cliente que se torna habitual.

As sugestões de João Monteiro

Saloum,

de Jean Luc Herbulot, Sen, Con, 2021, 84’

Primeiro filme do Senegal exibido no MOTELX cuja ação se inicia na Guiné Bissau e atravessa vários países africanos. Mistura a realidade das guerrilhas a soldo com cultos pagãos africanos num filme que cruza géneros como a ação e o terror.

Os Demónios do Meu Avô,

de Nuno Beato, Por, Esp, Fra, 2022, 90’

Animação portuguesa em stop-motion sobre o confronto entre campo e cidade, lembra AURORA de Murnau em termos temáticos, mas usa todo o tipo de cultura pagã portuguesa (mascarados, cerâmica, banda sonora dos Gaiteiros de Lisboa) em termo de estética.

Good Madam,

de Jenna Cato Bass, Zaf, 2021, 92’

Terror sul-africano realizado por uma mulher e que através de assombrações convoca a história da relação entre negros e brancos naquele país.

O Corpo Aberto,

de Ángeles Huerta, Esp, Por, 2022, 88’

Filme galego/português que põe em causa o papel dos sexos nas tradições ancestrais comuns aos dois países.

Hotel da Noiva,

de Bernardo Cabral, Por, 2007, 95’

Sessão de culto puro. Provavelmente o primeiro filme de terror açoriano (ou melhor, o primeiro filme de ficção açoriano). Filme raríssimo que estabelece uma curiosa ligação aos filmes do também açoriano Francisco Lacerda ou da curta Os Últimos Dias de Emanuel Raposo.

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