ModaLisboa Awake

Edição dedicada à Sustentabilidade

ModaLisboa Awake

Awake (acordado, desperto) é o lema desta edição da Modalisboa, que decorre de 5 a 8 de março, e traduz, segundo a organização, uma constatação de que é o momento de agir com base na informação de que dispomos sobre o estado do planeta, indo ao encontro de Lisboa ostentar este ano a designação de Capital Verde Europeia. Cada vez mais, a indústria da moda avalia o seu papel relevante na sustentabilidade do planeta, na justiça social e ética de trabalho e procura aliviar a sua pegada ecológica. Segundo as opiniões de cinco criadores que partilham assumidamente estes valores, trata-se de um caminho sem retorno. Se as marcas comerciais já são avaliadas pela sua postura ecológica e de justiça social, no futuro sê-lo-ão ainda mais pelas novas gerações.

Cinco designers falam-nos brevemente sobre a sua visão e sobre o modo como a aplicam no seu trabalho. Ilustrando a vertente ecológica do tema desta edição da Modalisboa, fotografámo-los com exemplares de plantas dos jardins e espaços verdes públicos da cidade, oriundos dos viveiros da Câmara Municipal de Lisboa.

CONSTANÇA ENTRUDO

8 março: 14h – Lab, Oficinas Gerais

Planta: Begónia-de-inverno (Bergenia Cassifolia)

Depois de passagens por Londres e Paris, regressou a Portugal onde apresentou duas colecções, no âmbito da MODALISBOA. Trabalha sobretudo com linhas recicladas, recolhidas em fábricas, transformadas em materiais e padrões novos, criando tecidos para criações de moda ou decoração. Defende que as novas gerações vão trazer uma atenuação das diferenças de género, conceito que aplica nas suas criações. Vai apresentar-se no espaço LAB em formato de exposição e instalação artística.

 

DINO ALVES

Planta: Azinheira (Quercus Rotundifolia)

8 março: 21h – Oficinas Gerais

Quando criou o hospital de roupa no seu ateliê, no ano 2000, para reciclar as suas criações, tornou-se um dos primeiros a abraçar o conceito de eliminação de desperdícios e de sustentabilidade. Chamou-lhe Serviços de Operação Surpresa (SOS) porque a peça final é uma surpresa para o cliente e ainda mantém este serviço. Nas suas criações recorre a tecidos orgânicos e a stocks estagnados em lojas e armazéns.

 

BEHÉN

Planta: Medronheiro (Arbutus unedo)

5 março: 21H – United Fashion Happenings, Paços do Concelho

A BÉHEN  é uma marca que vai muito para além da roupa e que nasceu da vontade em procurar uma alternativa aos habituais sistemas de produção. O nome, que significa irmã em Hindi, reflete a escolha de Joana Duarte por criar peças únicas feitas a partir de têxteis antigos, toalhas, colchas e todos os outros tecidos dos baús das avós, entregando a sua manufactura a comunidades de mulheres em situação de desemprego.

 

LUÍS CARVALHO

Planta: Palmeira de leque (Trachycarpus Fortunei)

7 março: 19h – Oficinas Gerais

Desde 2013, ano em que criou a sua marca própria, Luís Carvalho é uma presença habitual na ModaLisboa. No ano seguinte, abriu em Vizela a nova casa mãe da marca, onde reúne no mesmo espaço, ateliê e loja própria. Para ele, a proximidade com os fornecedores, o conhecimento e acompanhamento dos métodos de promoção, são práticas essenciais para tornar a produção mais sustentável. Considera também que o recurso a produções em menor escala permitem evitar desperdícios.

NUNO GAMA

Planta: Cameleira (Camelia Japonica)

7 março: 22h30 – Oficinas Gerais

Nuno Gama, um dos criadores consagrados com presença assídua na ModaLisboa, acredita que a mudança de atitude na moda para uma cultura de sustentabilidade passa também pelo nível pessoal, pela mudança de hábitos. Considera que os clientes finais querem saber como são feitos e quem faz os produtos antes de os comprarem. Trabalha essencialmente com produtores nacionais, cujos processos conhece, que optam por materiais ecológicos. A colecção que apresenta nesta edição é dominada por tons de azul, em homenagem ao tema.