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Os dias de Gaspar Varela
As sugestões culturais do guitarrista para esta semana

Acabaram de chegar do Japão e atuam, em breve, no Festival Cuca Monga. Os Expresso Transatlântico, de Gaspar Varela, preparam o próximo concerto em Lisboa com a alegria de quem regressa a casa.
Vem aí a terceira edição do Festival Cuca Monga, a 26 e 27 de setembro, e nos Jardins do Museu de Lisboa – Palácio Pimenta há de celebrar-se “a música portuguesa e a amizade entre artistas”. Gaspar Varela sobe ao palco no primeiro dia com a sua guitarra portuguesa e os Expresso Transatlântico, a banda que criou com o irmão Sebastião Varela e o amigo de ambos, Rafael Matos. “Tentamos em cada concerto trazer alguma coisa diferente, nem que seja a nível de energia. Tocar em Lisboa é ótimo, porque estamos em casa, ainda por cima num festival de malta amiga, que reúne muitos músicos portugueses. Isso para nós é especial”, afirma. Acabados de chegar do Japão, onde atuaram no Pavilhão de Portugal na Expo de Osaka, e também noutras cidades, têm quase pronto o segundo álbum, que há de sair em inícios de 2026. Por aí já se ouve Flor Trovão, single de avanço desse próximo disco que hão de depois apresentar em Lisboa, no Capitólio, a 14 de março do próximo ano, no dia em que a banda comemora quatro anos.
Manel Cruz / Cru
17 setembro, 21h
Teatro Tivoli BBVA
“Não sei que tipo de espetáculo vai apresentar, mas o Manel Cruz é um artista e guitarrista incrível, que me inspira muito. Consegue criar um universo que me agrada, é uma coisa boa de se ouvir e que nos põe a pensar – e acredito que é para isso que a arte serve, para instalar a dúvida. Por isso, recomendo sempre qualquer concerto do Manel Cruz, seja com Ornatos Violeta, seja com Pluto, seja a solo. É sempre muito bom.”
Com a alma na mão, caminha, de Sepideh Farsi
A partir de 18 setembro
Cinema Ideal
Depois de ter sido um dos momentos mais emocionantes no Festival de Cannes, em maio, o documentário estreia-se esta semana em Lisboa e, para Gaspar Varela, é uma escolha obrigatória. Durante cerca de seis meses, a realizadora iraniana Sepideh Farsi espreitou o que se passava na Palestina através do olhar da fotógrafa Fatma Hassona, que permanecia em Gaza. As imagens que registaram – e as suas conversas à distância – deram origem a este filme. No entanto, em abril, logo depois de ficar a saber que o documentário tinha sido selecionado para Cannes, Fatma foi assassinada num ataque israelita. “É um tema muito importante e deixa-me feliz que a arte reflita sobre estes assuntos. Israel está a cometer um genocídio e é fundamental que se possam fazer filmes, músicas, pinturas, o que for, sobre isso. Ainda bem que o Cinema Ideal passa o filme. Todos deveriam ir vê-lo.”
Entre os vossos dentes, obras de Paula Rego e Adriana Varejão
Até 22 setembro
CAM – Centro de Arte Moderna da Gulbenkian
Na última semana para ver esta exposição, Gaspar garante que não deixará passar a oportunidade. “São duas artistas fascinantes e que, tanto em Portugal como no Brasil, elevaram muito o papel das mulheres nas artes. O trabalho delas, muito especialmente o da Paula Rego, é uma coisa fora de série e adorei a ideia da junção das duas”, afirma. “É cada vez mais preciso reforçar esse poder feminino e acho muito importante continuarmos a lembrar-nos destas duas artistas por todo o trabalho maravilhoso que fizeram.”
Anónimos de Abril
De José Fialho Gouveia, Rogério Charraz e Joana Alegre
Livros Zigurate
Primeiro, foi o projeto musical, com letras de José Fialho Gouveia, músicas de Rogério Charraz e voz de Joana Alegre, sobre “mulheres e homens que tiveram a coragem e a ousadia de enfrentar e fragilizar o regime que durante 48 anos oprimiu os portugueses” e, mais recentemente, chegou o livro que aprofunda essas histórias. “Gostei muito de o ler, achei bastante interessante, com relatos muito bonitos”, elogia o guitarrista, que confessa preferir títulos de não ficção. Com QR codes para se poder também ouvir as canções, esta edição tem textos de José Fialho Gouveia, Aurora Rodrigues e Miguel Carvalho, e ainda ilustrações de Marta Nunes.
Suspiro…
Álbum de Maria Reis
Saiu no ano passado e Gaspar Varela não hesita em recomendar este disco de Maria Reis, cantora, compositora e guitarrista, que se tem afirmado como nome fundamental da nova música portuguesa. “Gosto muito da maneira da Maria escrever e adoro a forma como usa a voz e interpreta as suas músicas. Já gostava de Pega Monstro, a anterior banda dela, e acho que este álbum é muito bonito”, diz sobre Suspiro…