Mais do que brincar ao Carnaval

Seis sugestões muito a propósito de máscaras e mascarados

Mais do que brincar ao Carnaval

Longe vão os tempos em que por toda a cidade se comemorava o Carnaval em bailes de máscaras (e mascarados) ou em desfiles mais ou menos informais. Hoje, tudo é diferente, mas o Carnaval em Lisboa ainda pode ser uma festa. Alusivas ou não, eis seis sugestões para que, mais do que brincar ao Carnaval, se divirta por estes dias.

Um concurso de máscaras no Chapitô, os bailes no Lu.Ca, um “Carnaval” muito eclético no Palácio Pimenta, uma oficina-visita no Castelo para mascarados de tenra idade, um concerto tão surpreendente como revivalista e a estreia de uma das pérolas do teatro do absurdo no Teatro do Bairro. Estas são as sugestões que a seguir lhe apresentamos.

Mitos, Medos e Sonhos

O Chapitô celebra o Carnaval com “um diálogo entre a Antiguidade e a Modernidade através de uma releitura de mitos clássicos que dialogam com algumas das inquietações mais prementes da atualidade”. Em dois momentos, decorre um concurso de máscaras a ser disputado entre seis grupos constituídos pelos alunos da Escola de Circo do Chapitô. Uma festa de alegria e criatividade como só o Chapitô pode oferecer.

Tenda do Chapitô, 17 de fevereiro, às 16h30 e às 21h

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Carnaval Pré-Histórico

Como seria Lisboa na pré-história? O Museu de Lisboa – Palácio Pimenta preparou uma série de atividades para toda a família que, para além de assinalar o Carnaval, propõem dar resposta à questão. “Vestidos com peles e adornados de conchas e ossos ou o que a imaginação ditar”, todos estão convocados para participar em oficinas, caçadas, jogos e pinturas. A fechar a noite, e para além dos comes e bebes, há Dj set com Mike El Nite. O ingresso custa seis euros, sendo a entrada gratuita para menores de 12 anos.

Museu de Lisboa – Palácio Pimenta, 18 de fevereiro, das 18h30 às 23h

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Baile de Carnaval

O repto está lançado: “traz o teu melhor disfarce e os sapatos mais confortáveis para dançar e saltar.” Os bailes de Carnaval do Lu.Ca são já uma tradição, fazendo lembrar, embora com outras roupagens, aqueles que também ali, no agora renovado teatrinho da Calçada da Ajuda, se fizeram em tempos idos. A animar miúdos e graúdos vão estar as Djs Mão na Anca, ou seja, Patrícia Barnabé, Raquel Castro e Inês Rodarte. A entrada tem o preço único de três euros.

Teatro Luís de Camões, a 19 e 21 de fevereiro, das 15h às 19h

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O Mundo ao contrário – O Carnaval na Idade Média

Miudagem! Esta é mesmo para vocês: pelo Castelo, uma oficina criativa e didática vai revelar-vos como se comemorava o Carnaval na Idade Média. O desafio é virem mascarados e trazerem serpentinas e confetes, até porque, algo que promete ser desvendado é se, nesses tempos distantes, estes elementos que costumam fazer parte do Carnaval nos nossos dias já eram usados. O preço da oficina-visita é quatro euros.

Castelo de São Jorge, 18 (esgotado) e 21 de fevereiro, às 15h

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Um Carnaval Chique A Valer com os fabulosos Irmãos Catita

Para os revivalistas, a banda de Manuel João Vieira promete um Carnaval bem ao estilo das noites loucas dos idos de 90 no bar do Cinearte, casa da companhia de teatro A Barraca. Para quem não faz a mínima ideia do que estamos a falar, prepare-se para a constante surpresa e a boa disposição garantida pela irreverência de escutar ao vivo, e com coreografias a rigor, temas tão emblemáticos como Conan, o homem rã, Drogado ou Ser Moderno. Para tornar a festa ainda mais especial, os Irmãos Catita anunciam a estreia em Portugal, diretamente vinda da Ucrânia,  de misse Suzy Peterchenko. Ingressos a 11 euros.

Titanic Sur Mer, 20 de fevereiro, quase, quase à meia-noite

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Rinoceronte

Velhos companheiros no Teatro da Cornucópia, um fantástico grupo de atores liderado por Ricardo Aibéo tem continuado a trilhar um percurso comum com alguns dos mais curiosos espetáculos do teatro português da atualidade. Depois de A Morte de Tintagiles, de Maurice Maeterlinck, e de A Boda, de Bertolt Brecht, uma pérola do teatro do absurdo: Rinoceronte, de Eugène Ionesco. Trata-se da insólita história de um rinoceronte que surge inesperadamente numa pequena cidade, trazendo consigo uma estranha peste. Infetados pela “rinocerite”, todos se vão tornando ainda mais conformistas, mais uniformes no pensamento e despojados de pensamento crítico. Até se converterem, definitivamente, em rinocerontes. Bilhetes entre cinco e 12 euros.

Teatro do Bairro, de 21 a 26 de fevereiro