Orlando et Mikael

Orlando e Mikael conhecem-se na gravação de uma entrevista sobre a sua operação de redesignação de género: homens que se tornaram mulheres e quiseram voltar a ser homens. Uma conversa íntima sobre escolhas substanciais, o desejo de ser amado e o sonho de se encontrar. Regretters foi a primeira peça de teatro documental de Lindeen. Criada em 2006, abriu um trabalho entre teatro e cinema. A peça deu origem a um documentário em 2010 (Prix Europa em Berlim). Orlando et Mikael é uma nova versão do texto, debruçando-se sobre os arquivos do filme para reexaminar a história de Orlando e Mikael e compreender o que ela significa hoje, numa época em que uma grande diversidade de identidades trans reivindica o seu lugar no discurso público.

Somos outra coisa para além da soma dos múltiplos papéis que tentamos desempenhar? Este “eu” que as personagens perseguiram no seu corpo a vida inteira sem nunca o alcançar existe mesmo? As pessoas que vemos não são apenas o resultado instável dos seus actos inscritos nos seus corpos? As duas personagens não são talvez nem homem nem mulher, mas são sem dúvida Orlando e Mikael.

O encenador e realizador sueco Marcus Lindeen traz a Lisboa duas peças que integram a sua Trilogia das Identidades, criada com a colaboração da dramaturgista Marianne Ségol-Samoy.

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