Neorrealismos ou a politização da arte em Júlio Pomar

artes
10 julho a 2 novembro 2025
Atelier-Museu Júlio Pomar
Neorrealismos ou a politização da arte em Júlio Pomar

Devem-se a Júlio Pomar (1926-2018) várias das pinturas mais relevantes produzidas no contexto do neorrealismo português e de resistência ao fascismo. A sua obra seguiu por diferentes caminhos a partir de meados da década de 1950, mas Pomar nunca deixou de fazer arte política, incorporando-a na experimentação formal que não cessou de praticar.

Afastando-se de um entendimento do “neorrealismo” enquanto categoria histórica simples e fechada, esta exposição propõe uma revisitação dos diferentes momentos e linguagens do trabalho visual de Júlio Pomar a partir do ponto de vista das sucessivas politizações da arte e ao longo de mais de cinquenta anos de criação plástica e gráfica.

Para além de documentação histórica, a exposição conta com mais de cinquenta obras – entre pintura, desenho, ilustração, cartaz, gravura, ou assemblage – provenientes de coleções públicas e privadas em Portugal. Entre elas encontram-se algumas das telas mais emblemáticas de Pomar, como O Almoço do Trolha (1946-50), Gadanheiro (1947), Varina Comendo Melancia (1949), ou Guantanamo I (2004), e outras raramente vistas, como Carpinteiros (1955) ou Marcha (1946).

Também os desenhos que Pomar realizou na Prisão de Caxias, em 1947, os cartazes que fez para a celebração de várias efemérides ligadas à Revolução do 25 de Abril de 1974, ou ainda as ilustrações que concebeu para o romance A Selva de Ferreira de Castro, fazem parte da mostra.

A releitura proposta conjuga uma diversidade de idiomas, formatos e tempos, procurando repensar a complexidade das modalidades e a permanente variabilidade das relações entre a arte e a política no último meio século.

Terça a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h


Ficha técnica:

Curadoria de Afonso Dias Ramos e Mariana Pinto dos Santos

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