Francis Poulenc
Solistas da Metropolitana
A música de Francis Poulenc tem duas caras: uma exuberante e bem humorada, outra mais conservadora, por vezes espiritual. A primeira está sobretudo conotada com «Les six», o grupo de jovens compositores que juntava Milhaud, Honegger, Auric, Tailleferre, Durey e o próprio Poulenc sob a influência do vanguardismo precoce de Erik Satie e do insólito Jean Cocteau; acreditavam numa arte do «aqui» e do «agora», de apreensão fácil e, sobretudo, avessa ao romantismo germânico oitocentista. A segunda corresponde ao período de maturidade do compositor. Há, todavia, características que estiveram sempre presentes. Designadamente, a espontaneidade, o desejo de agradar o ouvinte e a apetência por um estilo neoclássico.
Neste programa temos a oportunidade de ouvir duas peças de música de câmara pertencentes ao primeiro período juntamente com outras duas compostas já perto do final da vida. O Trio para Oboé, Fagote e Piano data de 1926. O sexteto é do princípio da década de 1930. Em ambos os casos, aguardam-nos três andamentos que misturam o frenesi rítmico com referências do Jazz e inspirações mundanas. Irreverentes, alternam sem parcimónia o lirismo bucólico e a azáfama circense. Pelo meio, duas Sonatas que dialogam explicitamente com o passado. Por um lado, reportam a técnicas de escrita do século XVIII. Por outro, são dedicadas à memória de amigos do músico: a Sonata para Clarinete a Arthur Honegger; a Sonata para Flauta a Elisabeth Sprague Coolidge, mecenas estadunidense que apoiou inúmeros compositores do seu tempo.
Programa
F. Poulenc Sexteto para Piano e Quinteto de Sopros
F. Poulenc Sonata para Flauta
F. Poulenc Sonata para Clarinete
F. Poulenc Trio para Oboé, Fagote e Piano
Ficha técnica:
Solistas da Metropolitana
Janete Santos - flauta
Sally Dean - oboé
Nuno Silva - clarinete
Lurdes Carneiro - fagote
Daniel Canas - trompa
Paulo Oliveira - piano
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