Delphine Seyrig, insubmusa

A Cinemateca apresenta uma retrospetiva dedicada a Delphine Seyrig, atriz, realizadora e ativista. Este programa integra a 21.ª Festa do Cinema Francês e foi organizado em colaboração com o Institut Français Portugal e o Centre Audiovisuel Simone de Beauvoir.

Delphine Seyrig formou, nos anos 1970, com Carole Roussopoulos, Ioana Wieder e Nadja Ringart, o coletivo Les Muses s’amusent (“as musas divertem-se”), que posteriormente se transformaria no Les Insoumuses (“as insubmusas”) que levou à criação do Centro Audiovisuel Simone de Beauvoir, fundado em 1982. Este gupo nasceu quando Seyrig reconheceu no vídeo um espaço de liberdade criativa e uma arma para o combate pelos direitos da mulher. Na altura era já uma atriz celebrizada por Alain Resnais e cúmplice de Marguerite Duras e Chantal Akerman e foi a essa faceta do seu trabalho a mais conhecida. Só em 1974 começou a dedicar-se à realização. Foi graças ao trabalho de recuperação e divulgação dos seus filmes, em anos recentes, que o seu legado como realizadora tem sido revelado.

A retrospetiva agora apresentada conjuga estas duas vertentes. Ao todo são sete sessões onde são exibidas obras da sua autoria e sete outras representativas do seu trabalho como atriz. Nesta última é possível assistir a títulos pouco vistos de Marin Karmitz, Sami Frey, Stanislav Stanojevic, Joseph Losey, mas também os seus dois importantes filmes com Alain Resnais (Muriel), o seu primeiro encontro com Marguerite Duras (La Musica), o filme ímpar de Chantal Akerman (Jeanne Dielman), a obra de François Truffaut onde que contracena com Jean-Pierre Léaud (Baiser Volés) e ainda a estreia na realização de Robert Frank, em parceria com Alfred Leslie (Pull My Daisy).

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