Boccherini / Mendelssohn
Solistas da Metropolitana
Quando se fala de quartetos de cordas, os nomes que vêm de imediato à ideia são os clássicos de Viena, seguidos pelos grandes compositores do século romântico. Boccherini foi, no entanto, percursor dessa tradição, tendo composto cerca de noventa quartetos de cordas. Em particular, os seis quartetos Op. 8 foram publicados em Paris, em 1769. O sucesso deveu-se em grande medida à elegância melódica tão característica do músico italiano. Mas também é possível identificar aspetos que fizeram escola, tais como a escrita individualizada de cada uma das partes e um planeamento formal meticuloso. O Sexteto Op. 110 de Mendelssohn é devedor dessa prática, e desse conhecimento.
Foi composto, no entanto, num contexto muito diferente, passado um meio século em que os gostos musicais e os estilos de escrita se transformaram muito rapidamente. Ressaltam, por isso, mais as diferenças do que as semelhanças. Trata-se de uma obra de juventude, composta por um talento precoce, com somente quinze anos de idade, pensada para ser tocada nos salões privados da família Mendelssohn diante da elite intelectual de Berlim. Ainda assim, não deixa de ser música que, tal como a de Boccherini, concilia magistralmente a disposição convivial com uma depuração criativa que só está ao alcance das figuras que deixaram marca na evolução do repertório de música de câmara.
Programa
L. Boccherini Quarteto de Cordas em Ré Maior, Op. 8/1
F. Mendelssohn Sexteto com Piano em Ré Maior, Op. 110
Ficha técnica:
Solistas da Metropolitana
Anzhela Akopyan, Nonna Manicheva - violinos
Andrei Ratnikov, Valentin Petrov - violas
Catarina Gonçalves - violoncelo
Vladimir Kouznetsov - contrabaixo
Savka Konjikusic - piano
Local: