Steffani Jemison
Body language

(…) Jemison é conhecida por se inspirar nas tradições vernaculares negras; no passado, criou obras e performances notáveis enraizadas em formas musicais. Trabalhou também em estreita colaboração com uma artista de pantomima formada na tradição de performance da igreja negra – uma lente através da qual examina a forma como estas tradições mantêm e transmitem conhecimento, mesmo em condições de constrangimento.
As suas referências incluem a imagem bíblica da roda de Ezequiel, um mito profundamente enraizado nas tradições espirituais negras, em que uma carruagem voadora aparece “no meio do ar”.
Ao longo dos últimos anos, Jemison desenvolveu processos colaborativos baseados na conversação, improvisação e treino físico com equipas de tumbling de Chicago – uma disciplina que se situa fora das genealogias tradicionais do teatro e da dança. O seu interesse foi despertado pela Jesse White Tumbling Team, cujo fundador – um funcionário público e ativista que foi Secretário de Estado do Illinois de 1999 a 2023 – há muito enquadra o tumbling como um veículo de disciplina, confiança e capacitação política. Jemison sentiu-se atraída pelas técnicas intergeracionais e autodidatas das equipas e pela forma como constroem a comunidade através do movimento. (…)
No centro da sua prática, Jemison questiona o que significa compreender – e como chegamos a saber que compreendemos. A sua abordagem estratificada, incorporada e interdisciplinar convida à reflexão através da conversa, da ficção e do estudo, movendo-se para espaços onde a compreensão requer confiança, intuição e, por vezes, um passo para além do que pode ser totalmente conhecido.
Cristina Sanchez-Kozyreva, baseada numa conversa com a artista
Terça a sábado, das 11h às 19h
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