Pêndulo

Notabilizado pelo cinema (sobretudo pelos sucessos de Alice, São Jorge e os mais recentes Um Corpo Que Dança e Great Yarmouth – Provisional Figures), Marco Martins tem desenvolvido paralelamente um muito interessante percurso no teatro, acentuado nos últimos anos pelo trabalho junto de comunidades tão díspares como a cigana (Baralha), a dos trabalhadores dos estaleiros de Viana do Castelo (Estaleiros), a dos imigrantes portugueses em Norfolk, Inglaterra (Provisional Figures Great Yarmouth), ou a dos caretos transmontanos e sardos (Selvagem).

Em Pêndulo, o cineasta/encenador convoca “um grupo de mulheres cuidadoras e empregadas domésticas cujas vidas são pautadas pelo movimento pendular em várias aceções: entre a periferia e o centro da capital (Lisboa), entre a sua casa e a casa de quem as emprega, e entre o país de origem e o país de destino, Portugal”.

Em coautoria com a escritora portuguesa de origem angolana Djaimilia Pereira de Almeida, Martins interpela-nos para várias questões, nomeadamente “como se relacionam estas trabalhadoras com as famílias para as quais trabalham e como são afetadas por essa relação? Como se vive a necessidade de deixar o seu lar para cuidar do lar de outros? Como se relaciona um país com os imigrantes que acolhe?” [texto: Frederico Bernardino/Agenda Cultural de Lisboa]

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