Paulo Brighenti
Mãe

Duas mãos numa mesa marcam o centro de uma sala cheia de desenhos imersivos que nos levam para um outro espaço, fora da urbe para dentro da natureza…
Estas duas mãos são moldes da mão esquerda do artista, sendo que a mão esquerda marca sempre a ‘exceção’… Do que eu sei, atribuem-se significados ambíguos à mão esquerda; ser canhoto pode ser sinal de maior criatividade; enquanto na cultura alemã em que cresci a expressão “ter duas mãos esquerdas”, significa ter-se pouco jeito e habilidade para trabalhos manuais.
Ora, o que podemos constatar nesta peça é que o artista afirma a mão esquerda como elemento criativo, enquanto “a mão direita só manuseia o material” (nas palavras do próprio).
Nesta apresentação, com as mãos rodeadas de natureza, representada pelo (a)parecer das plantas, flores e folhas, símbolos do eterno ciclo da vida, o título “mãe” impõe-se como imagem da natureza, a origem e fonte da vida, na qual nos inserimos e de quem somos parte intrínseca. A natureza como fonte de inspiração e instância mais alta da criatividade.
Alda Galsterer (outubro de 2023)
Terça a sábado, das 14h às 19h
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