O Cerejal
Anton Tchékhov/ Sandra Faleiro
O Cerejal, última peça escrita por Tchékhov, foi encenada pela primeira vez, em 1904, por Stanislavski, surpreendendo o autor, que terá visto uma tragédia quando pensava ter escrito uma comédia com alguns elementos de farsa. Ali se fala do fim a vida, do fim de um ciclo político, do fim da paz – fins que causam medo, despoletam urgências e fugas várias, dominam inconscientes, determinam comportamentos.
Para a encenadora Sandra Faleiro, a peça espelha uma consciência que também nos habita hoje, a do fim iminente de um paradigma. “De alguma forma, também nós sabemos que os modelos económicos e os modos de vida que mantemos terão de ser alterados, que as mudanças climáticas em breve se tornarão irreversíveis, que as migrações em virtude da seca e da fome aumentarão, e que o equilíbrio do planeta se encontra ameaçado, sem que pareçam emergir soluções, necessariamente globais, que tentem reverter esta situação”, escreve, numa reflexão que a leva a interrogar-se sobre que lugar deverá o teatro ocupar neste panorama.
Récitas com legendagem em inglês a 23, 24 e 25 julho (sexta, sábado e domingo), às 20h
Ficha técnica:
Causas Comuns/ SLTM. Anton Tchekhov, texto; Sandra Faleiro, encenação; Ana Valentim, Cristina Carvalhal, Cucha Carvalheiro, Inês Castro Dias, José Leite, Joana Campelo, Nuno Nunes, Paulo Pinto, Pedro Lacerda, Sandra Faleiro e Vítor d’ Andrade, interpretação.
12 €
Local: