Bárbara Bulhão
Emotional landscapes
Uma lâmpada ilumina a sala intermitentemente, entre o preenchimento lumínico total e a sua ausência. As variações de luminosidade e de cor que vão ocorrendo possibilitam diversas formas de percepção do espaço e das obras expostas, pinturas de paisagens imaginárias.
A passagem, entre a aferição visual e a perda das coordenadas de percepção retiniana, evoca uma transição entre a externalização pública e a internalização privada do corpo. A luz expõe os movimentos e a formação discursiva gestual diante de outrem; a escuridão, embora possa denotar um certo grau de desconforto, dá espaço à expansão do íntimo e a momentos de introspecção, interrompendo a necessidade incessante de calibrar os comportamentos corporais e as estruturas racionais perante o outro.
É nos intervalos entre estas duas posições que se desdobra a reflexão fenomenológica do espectador, tanto a partir da observação e reflexão das obras expostas, como na inflexão destas como plataformas de potência à imaginação, mantendo em aberto as ressonâncias entre ambas.
Pedro Gonçalves
Segunda a sexta, das 15h às 19h
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