A Companhia dos Lobos

(…) A natureza de um texto teatral radiofónico pressupõe uma invisibilidade de partida, com o repto ao conjunto de ouvintes de imaginar livremente as palavras que ouvem, os ambientes descritos, associar figuras às vozes que escutam. Este desafio de dar a ver algo que deve existir na imaginação de quem ouve não quer condicionar essa liberdade de imaginar; antes, numa época de superabundância de imagens, a peça quer estimular o imaginário de quem assiste e escuta. Assim, a ação cénica não pretende ser uma representação do texto a ser radio-transmitido, mas mais dar a ver o que acontece no estúdio de emissão. Quer-se abrir uma outra camada de acesso que é o da realização num estúdio de gravação ou de radio-transmissão, dando a ver os bastidores, o ambiente em que tem origem um mundo narrativo sonoro, que no caso é o que acontece no seio do conjunto de performers que se propõe dar vida sonora A Companhia dos Lobos de Angela Carter.

Local: