Hilda Reis
Ela depois de fazer estragos
O meu caminho é cada vez mais estragar. A partir de fotografias perdidas, que são a base do meu trabalho, pratico o exercício do estrago. Sei que fica sempre um resto do original, talvez enevoado, e o prazer está nesse gesto que destrói algo para fazer nascer outra coisa. Afinal, quem é o artista? Eu, o fotógrafo ou as pessoas fotografadas que continuam a viver através destes fragmentos?
Tenho respeito por estes documentos e honra em ter nas mãos histórias de desconhecidos. Quero homenageá-los, brincar com eles, estragá-los como quem faz uma celebração da memória alheia. A obra já existia antes do meu gesto; o que acrescento são estes estragos que aqui se exibem. Considerem-se cúmplices ao olhar para as peças.
Estas são as palavras de Hilda Reis, sobre os seus trabalhos de colagem que preparou para expor na nossa galeria.
Segunda a sexta, das 11h às 19h, sábado, das 11h às 18h
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