Tito Mouraz

O trabalho de Tito Mouraz explora geografias especificas através da fotografia, centrando-se na paisagem e de que forma esta é alterada pela presença humana. Estes territórios podem ser delimitados por fronteiras físicas mas, também, como tem acontecido em séries mais recentes, por fronteiras emocionais. O olhar do artista recai com frequência em lugares ou momentos inusitados, puxando a atenção do observador para peculiaridades que facilmente seriam descuradas.

Em Selva Oscura, Mouraz continua a explorar um espaço geográfico não circunscrito, num exercício de regresso aos princípios da fotografia. Um retorno às bases que responde à incerteza e a um momento de questionamento da sua própria prática artística. Cingindo-se à fotografia a preto e branco, numa decisão reconhecidamente pragmática, o artista foca-se nos jogos que as luzes e sombras criam sobre a paisagem, aproximando-se do desenho.

Assim, tendo como ponto de partida um olhar inquieto, esta série de trabalhos centra-se nas insignificâncias, acasos e pequenas coincidência do dia-a-dia. São breves visões do quotidiano de Mouraz, funcionando como uma janela para o seu estado de espírito e para a indefinição e descomprometimento que têm influenciado a sua obra ultimamente.

Todas estas indagações culminam e encontram resposta na forma da linha, por vezes reta, outras vezes ondulante, contínua ou interrompida, mas sempre com uma direção clara. O artista não está numa encruzilhada mas a meio do caminho.

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