Fascismo na Era do Antropoceno
com Daniel Tércio

Após uma caracterização genérica dos termos «fascismo» e «antropoceno», a primeira interrogação será a de saber se o fascismo acentua aquela consciência, ou se, pelo contrário, se alimenta dela. Ou seja, como é que o fascismo se relaciona com o facto de vivermos numa era geológica para a emergência da qual somos os principais responsáveis: apagando, omitindo ou acentuando o facto? Tudo indica que o fascismo aposta na omissão, sobretudo quando assistimos aos lugares políticos onde se geram as atitudes negacionistas da crise ambiental (Trumpismo, Milei, extrema-direita europeia, etc.).
Por outro lado, sabendo que o fascismo convive bem com as crises sociais e culturais, e flutua sobre crises coletivas de consciência, e sabendo que o simples facto de nomearmos o Antropoceno implica uma crise radical da possibilidade de vida no planeta tal como a conhecemos, podemos antever um cenário em que o fascismo se prepararia para retirar a sua força da crise ambiental, nutrindo-se da perceção da impotência face às possibilidades de sobrevivência na cidade, face às desigualdades e injustiças sociais.
Serão, pois, enunciados diferentes cenários, tomando por base exemplos concretos da vida cultural e política do nosso mundo e projeções distópicas produzidas pela ficção científica.
Entrada livre
Ficha técnica:
Com Daniel Tércio. Moderação de Luís Cláudio Ribeiro
Local: