Gabriel Ribeiro
Reservoir

Reservoir explora a água como uma força migrante que se move através, e é contida por, corpos, recipientes e sistemas de condução. Em vez da substância em s, a exposição volta-se para aquilo que retém, transporta ou falha em conduzi-la.
Garrafas de vidro surgem túrgidas ou colapsadas, como bexigas em estados de insuflação e esvaziamento. Esculturas de gelatina desidratam-se dentro de um desidratador industrial, a sua coesão superficial desfazendo-se lentamente numa pequenez mais densa; finas chapas de metal encurvam-se em novas topografias sob o calor, ecoando a passagem da uva à passa.
Na exposição, os materiais são constantemente moldados pelos fluxos que os atravessam, bem como pelas temperaturas, tensões e pressões que os excedem.
A par destes acontecimentos materiais, fotogramas registam objetos como se sobre uma mesa de laboratório, mas o que é capturado não são amostras fixas, e sim gestos de assimilação, impressões de corpos e objetos a tornarem-se parentes.
O léxico que daí emerge, inchado, esvaziado, enrugado, oxidado, evoca a vulnerabilidade contínua tanto da carne como da matéria, simultaneamente sustentadas e desfeitas pelas forças que se movem entre elas.
Terça a sexta, das 14h às 19h, sábado, das 14h às 18h
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