Maria Condado
Turn! Turn! Turn!

A exposição Turn! Turn! Turn!, de Maria Condado, resgata apenas o título da canção dos The Byrds, mas também se centra nas ideias de movimento, de ciclo e de que todas as coisas têm seu tempo e de que“tudo flui”, expressas na música.
Os versos têm origem no livro de Eclesiastes (3:1-8) da Bíblia e foi escrita e popularizada nos anos 60, no contexto da guerra do Vietnam. A música exerceu um impacto significativo nos movimentos sociais de contestação e de protesto pacifista, e um sentido de mobilização coletiva anti-guerra que influenciou a opinião pública e contribuiu para a retirada das tropas norte-americanas.
Tal referido na música, em Turn! Turn! Turn! a existência é uma sucessão dialética de opostos – nascer e morrer, plantar e colher, destruir e reconstruir – que não descreve nem apresenta os opostos mas convoca a uma urgência. Ainda que a canção possa ser interpretada como uma meditação poética sobre a transitoriedade da vida, o contexto e a força que obteve numa época de instabilidade revela o seu apelo direto à ação pacífica e à transformação social. Exemplo disso é a inserção nos textos bíblicos do verso “I swear it’s not too late” (Eu juro que ainda não é tarde demais) inserido por Pete Sieger que serviu como esse um apelo à urgência da mudança.
Ao convocar um período da história de conflitualidade social e engajamento político, Maria Condado não observa apenas o fluxo da história, a cadência cíclica da existência revela o seu caráter de compromisso com a realidade social e política, instigando a responsabilidade da arte ser um instrumento ativo de interpretação, intervenção e transformação da realidade do seu tempo.
Segunda a sexta, das 10h às 19h30, sábado, das 12h às 19h30
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