Beatriz Capitulé
Fricção científica

Primeiro aparece o desenho, em papel e a grafite, às vezes a marcador ou a esferográfica, depois a manipulação digital, o acetato impresso, a retroprojecção, o redesenhar na tela com as dezenas de marcadores permanentes, e finalmente a textura da lã, pressionada na tela.
Fricção Científica é um equilíbrio entre intenção e acidente, o intervalo entre a linha que é escolhida e a que se sobrepõe à anterior. As linhas fazem o que querem. Uma empurra a outra, que empurra a outra — traem a fonte.
Deformações criadoras, desaterros da percepção e do processo, a imagem como uma entidade instável. É a abstração como uma inteligência lenta e material. O compromisso com o inquietante e o inapreensível, uma prática estruturada numa forma de geologia estética, não só no motivo, mas para além disso; na transformação das obras num registo estratificado de pensamento, uma arquitetura do tempo e da pressão.
Segunda a sábado, das 18h às 22h
Ficha técnica:
Curadoria de João Reis
Local: