Daniela Águila
Zahir

(…) Como a moeda “Zahir” de Borges, as onze obras expostas de Daniela Aguila são expressão de uma obsessão. A série, intitulada Zahir, retrata a força, a luta, a resistência, a beleza das mulheres afro-descendentes. E a composição pictórica, em que as mulheres surgem em primeiro plano repletas de cor e textura, responde a uma evidência: é impossível não olhar para estas mulheres. É impossível não as ver e não lembrar a sua história. De facto, as mulheres retratadas nesta série são incontornáveis. (…)
Daniela Aguila retrata, assim, uma mulher-Zahir. A mulher que encerra nela todas as mulheres do mundo. Mulher-infinito. Mulher-deusa. Da singularidade das mulheres que fotografa e que pinta, Daniela extrai a universalidade da mulher, numa espécie de obsessão pela mulher-infinito, que transborda a singularidade da mulher afro-descendente. A obra de Daniela, é, assim, percorrida por este duplo movimento: por um lado, compreender a obra de Daniela é captar o seu devir-Zahir. (…)
Catarina Pombo Nabais
Quarta a sábado, das 15h às 19h
Local:
oficinaimpossivel@gmail.com