Nuno Lopes
Sorrindo até à morte

Nuno Lopes apresenta um conjunto de trabalhos desenvolvidos ao longo do último ano e meio. Nesta exposição, a presença da morte não é trágica, mas contemplativa. Os vestígios do tempo, os sinais de um ciclo que se encerra e recomeça — emergem com uma delicadeza quase silenciosa. Há uma estética do desaparecimento, uma elegância na ruína que não recusa a dor, mas a transforma em matéria visual e poética.
O título da exposição remete para uma canção dos Housemartins The People Who Grinned Themselves to Death e carrega consigo a mesma ironia melancólica que atravessa as obras aqui reunidas. Não há cinismo, mas um profundo sentido de humanidade. Nuno Lopes não impõe leituras: oferece imagens que respiram, confiando na sensibilidade de quem as contempla.
A sua obra são fragmentos de silêncio, sugestões de um mundo interior onde o tempo adquire outra espessura. No gesto do artista, há uma escuta persistente e silenciosa: uma entrega à imagem que, partindo de fotografias ou ideias pré-concebidas, acaba sempre por revelar percursos não planeados. O desenho impõe o seu próprio ritmo.
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Segunda a sábado, das 15h às 20h
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