O nariz de Cleópatra, pois claro!
A partir de A. Abelaira

Depois de Quem cuida do jardim, espécie de distopia sobre o colapso dos modelos de desenvolvimento humano construída à sombra do Candide de Voltaire, Cristina Carvalhal convida-nos a viajar uma vez mais ao futuro, mas desta feita para embarcar numa máquina do tempo com destino ao passado.
A partir de O Nariz de Cleópatra, exemplar quase esquecido do teatro surrealista português, comédia escrita em 1962 por um escritor também ele quase incógnito para as atuais gerações (muito embora as edições Minotauro tenham recentemente recuperado alguns dos títulos essenciais da sua obra em prosa), Augusto Abelaira (1926-2003), o objeto da peça surge inspirado pela célebre frase de Pascal professando que “se o nariz de Cleópatra tivesse sido mais pequeno, toda a face da terra teria mudado”. Ora, o que aqui sucede não passa por uma viagem ao tempo do antigo Egito, mas, antes disso, à Guerra de Tróia.
No século XXIII, dispondo de uma nave que percorre os caminhos do tempo, um grupo de descendentes dos troianos (povo derrotado pelos gregos no célebre conflito ocorrido algures entre os séculos XIII e XII a.C.) propõe-se alterar o desfecho da contenda. Bem-sucedidos, ao regressarem ao seu tempo, deparam-se com todos os anteriores papéis invertidos. Aqui, começa o absurdo, sobretudo quando um Ulisses perdido no tempo sabe tudo o que se passou em tempos idos, e o que se passa nos dias do futuro, onde antes ser troiano que grego. FB
Sessões com interpretação em Língua Gestual Portuguesa e com audiodescrição a anunciar.
Ficha técnica:
Causas Comuns em coprodução com Teatro Nacional D. Maria II. Texto de Augusto Abelaira; encenação de Cristina Carvalhal; com Alberto Magassela, Ana Sampaio e Maia, Carla Maciel, Heitor Lourenço, João Grosso, José Neves, Manuela Couto, Nuno Nunes e Sílvia Filipe .
12 € a 17 €
Local: