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Tridimensionalidade Aparente

artes
17 setembro a 30 outubro 2020
vários horários
Galeria António Prates
Tridimensionalidade Aparente

Aparentemente invade no espaço da Galeria António Prates uma tridimensionalidade que pretende ser simulada através de obras de arte de quatro jovens artistas portugueses.
A presença de cor em uma das paredes da exposição traz a descoberto a conjugação dos elementos de imagens que pensamos ser céu. A passagem do sol cria um movimento de translação do nosso corpo no espaço marcado pelo tempo, que por sua vez se torna central ao desenvolvimento da obra de Bárbara Bulhão (1992). Também a fotografia em polaroid encontra a representação do aspeto mais poético – a ligação entre o afeto da imagem e o observador. No trabalho escultórico do artista Diogo Gonçalves (1990), o elemento tridimensional aparente destaca-se pelos jogos do corpo no espaço, assim como pelas suas formas, pela cor que emana da luz e pelas texturas ativas que invadem o espaço. Assistimos a uma figura constituída em tela, que se faz movimento noutra imagem. A transformação de energia alude à metáfora de luz, à ideia de uma iluminação, ao mesmo tempo que decorre de um processo de afiguração na contemplação de um caminho para a verdade. A artista Maria Luísa Capela (1997) cria uma espécie de bolha em que o espetador se vê envolto. Ao dispor obras em dois lados de uma mesma sala, em suportes diferentes, para onde se olha e onde se pisa, sustenta-se, permite-se atingir a sua bolha talvez capaz de transpor o artístico e atingir o pessoal. Uma encenação radical em gestos velozes trata-se, portanto, de um ato performativo levado a cabo por Xavier Ovídio (1989). A bidimensionalidade afasta-se de nós, sai de cena e entra a dimensão do mundo real, gerando a sua própria dramaturgia. Em contexto de surpresa, não sabemos o que está a acontecer, mas sabemos seguramente que algo resultará dos corpos volantes regidos pelos sons de um piano que perdura no pós performance e que essa ação se torna em narrativa ficcionada. Encontramos na performance sequências de um fluxo narrativo, um aglomerado de imagens em movimento, como se de cinema se tratasse. O que fica? O conjunto das obras são envolvidas na temática central, como se fossem extensões das várias dimensões, colocando-as de tal modo em xeque que parece que o corpo que integra o espaço é mutável em diferentes continuidades.

Segunda a sexta, das 9h30 às 18h


Ficha técnica:

Artistas: Bárbara Bulhão, Diogo Gonçalves, Maria Luísa Capela e Xavier Ovídio

Local: