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Timão de Atenas

Teatro Praga

teatro
6 abril a 8 abril 2019
sáb: 21h; dom: 16h; seg: 21h
Centro Cultural de Belém
Timão de Atenas

Seis anos depois de A Tempestade e nove anos depois de Sonho de uma noite de verão, o Teatro Praga completa o que sempre foi pensado como uma trilogia. Timão de Atenas [parte de] uma composição musical de Henry Purcell, datada de 1694, escrita a convite de Thomas Shadwell, que mais uma vez [à semelhança das outras peças referidas] adaptou o texto de Shakespeare (A vida de Timão de Atenas) e encomendou ao jovem Purcell uma «mascarada» (mask). A «mascarada» era uma forma de entretenimento praticada entre membros da corte e bastante em voga nos séculos XVI e XVII. Envolvia música, dança, canção e representação, com cenografias elaboradas e figurinos sumptuosos. Os mascarados eram habitualmente membros da corte e por vezes o próprio rei, acompanhados por atores e cantores profissionais.
A peça de Shakespeare divide-se em duas partes, uma primeira passada na cidade e recheada de dinheiro, sumptuosidade e cordialidade, e uma segunda, na floresta, austera, por vezes azeda e misantrópica. O protagonista ateniense da peça de Shakespeare, homem abastado, distribui a sua riqueza por quem necessita: artistas, artífices, funcionários da sua casa, amigos e conhecidos, até nada mais lhe restar. Quando se acaba o dinheiro, pede ajuda a quem antes ajudou mas sem sucesso. Esta reação fá-lo mergulhar numa disposição misantrópica. Afundado em dívidas, abandona a cidade e refugia-se numa gruta onde passará a alimentar-se de raízes e a maldizer a espécie humana. Encontrará ouro, por acaso, que distribuirá, em gesto vingativo, por quem quiser destruir a cidade de Atenas.
Se em Sonho de uma noite de verão se procurava o lugar do poder antes ocupado pelo monarca, e de que modo a figura do programador ou curador preenche uma posição central na definição da arte que vale; se A Tempestade se voltava para o artista, para quem faz, e para a relação deste com o meio (público, teatro, escritas); já o terceiro momento da trilogia, que segue o formato do Teatro de Restauração, deverá concentrar-se nas relações entre arte e capitalismo, caminhando para um abandono progressivo dos objetos, da concretização e da partilha e aproximando-se de uma experiencialidade individualista, capaz de gerar capital sem produzir material. Timão de Atenas do Teatro Praga vai à procura da melhor forma de acabar. – Teatro Praga

Ficha técnica:

Teatro Praga. André e.Teodósio, Cláudia Jardim, José Maria Vieira Mendes e Pedro Penim, criação; André e.Teodósio, Cláudia Jardim, Diogo Bento, Joana Barrios, Patrícia da Silva, Pedro Penim, João Abreu, David Mesquita, Marcello Urgeghe, intepretação; Ana Quintans, Joana Seara, André Baleiro, Fernando Guimarães e André Lacerda, cantores. Ludovice Ensemble, dirigido por Fernando Miguel Jalôto.


19 € a 22 €

Local: