Salão Piolho

A primeira semana de dezembro marca o regresso do Salão Piolho, uma iniciativa da Fundação Inatel que evoca os antigos cinemas que se improvisavam em Lisboa. Recuperando o espírito itinerante desses espaços, a quinta edição do Salão Piolho apresenta-se, entre 2 e 5 de dezembro, em sete locais diferentes, com filmes antigos musicados por artistas contemporâneos como Filho da Mãe, Stereossauro, Ricardo Gordo, Charlie Mancini, Diogo Vida e João Cunha.

A entrada é livre, sujeita à lotação dos espaços.

O programa detalhado e as condições de acesso podem ser consultadas em www.inatel.pt

PROGRAMA

2 de dezembro, 21h30
CINEMA IDEAL

Barbanegra
De George Pallu, com Maria Campos, Teodoro Santos, Maria Oliveira.
1920, 57 min, Portugal.

Frei Bonifácio,
De George Pallu, com António Vale, Duarte Silva, José Silva e Maria das Neves.
1918, 19 min, Portugal.

O músico e compositor Charlie Mancini acompanha dois filmes de George Pallu, realizador francês que se radicou no Porto em 1918, onde trabalhou para a Invicta Film. Frei Bonifácio conta ainda com dobragem ao vivo, a cargo de António Machado e João Didelet.

2 de dezembro, 23h30
LUX FRÁGIL

O Homem da Câmara de Filmar
De Dziga Vertov, com Mikhail Kaufman. Mudo com legendas em português.
1929, 66 min, URSS.

Stereossauro, cuja marca artística passa pela mistura da electrónica com o fado e a guitarra portuguesa, aceitou o desafio de musicar um dos clássicos da cinematografia mundial. O Lux Frágil é o espaço ideal para cruzar o radicalismo de Vertov com o vanguardismo de Stereossauro.

3 de dezembro, 18h
ESTAÇÃO DE COMBOIOS DO CAIS DO SODRÉ | ÁTRIO

Raízes- A Fotografia de Artur Pastor 

Foto Concerto. 2020, 15 min, Portugal

Charlie Mancini conduz o público numa viagem sensorial pelas raízes culturais portuguesas, através da obra e do olhar de Artur Pastor, um dos grandes fotógrafos nacionais, cujo trabalho é ainda desconhecido por muitos. Imagens únicas do meio rural e urbano de outros tempos iluminam o átrio da estação de comboios do cais do Sodré.

3 de dezembro, 21h
Museu do Dinheiro

Lisboa, Crónica Anedótica
De José Leitão de Barros, com Beatriz Costa, Eugénio Salvador, Vasco Santana.

1930, 95 min, Portugal.

Ricardo Gordo, um dos novos valores da Guitarra Portuguesa, recorre ao fado de Alfama e à guitarra de Coimbra – que cruza com sonoridades eletrónicas – para musicar a primeira longa-metragem de Leitão de Barros. Misto de documentário e situações encenadas Lisboa, Crónica Anedótica é um retrato único da vida cultural portuguesa no final dos anos 1920.

4 de dezembro, 16h30
Teatro da Trindade INATEL

Sherlock Jr.
De Buster Keaton, com Buster Keaton, Kathryn McGaire, Joe Keaton.
1924, 45 min, EUA.

Charlie Mancini envolve a narrativa do filme de Buster Keaton num ambiente sonoro em que nenhum momento é deixado ao acaso, criando “um bailado coreografado entre a imagem em movimento e a música”.

4 de dezembro, 21h30

Auditório Carlos Paredes

O Couraçado Potemkine

De Sergei Eisenstein, com Aleksandr Antonov, Vladimir Barsky, Grigori Aleksandrov.

1925, 71 min, URSS.

Alternando entre músicas do seu repertório e material original, criado para a ocasião, Filho da Mãe, alter ego de Rui Carvalho, concebeu o ambiente sonoro desta sessão que exibe um dos mais ilustres filmes da história do cinema. Dedicado à Revolução de 1905, nele Eisenstein coloca em prática as suas teorias sobre a montagem, elemento essencial do cinema de vanguarda.

5 de dezembro, 18h

Alvalade Cineclube – Centro Cívico Edmundo Pedro

O Inquilino Sinistro

De Alfred Hitchcock, com Marie Ault, Arthur Chesney.

1927, 90 min, Reino Unido.

A Diogo Vida e João Cunha, dois músicos ligados ao jazz, cabe o encerramento do Salão Piolho. O filme que vão musicar é aquele onde Hitchcock mostra, pela primeira vez, o estilo que o tornou um realizador de culto.

Local: