Revista cor-de-rosa

A reinvenção, ou reinterpretação, do teatro de revista têm proporcionado nos últimos anos um interesse cada vez maior pelo género, nomeadamente pelo seu formato “nacional”, a revista à portuguesa. Apontado durante anos como um “género moribundo”, o panorama teatral lisboeta mostra o produtor Hélder Freire Costa persistindo e resistindo a tormentas várias (e até à pandemia) no “velhinho” Teatro Maria Vitória, ao Parque Mayer, e o encenador Filipe La Féria a reinventar frequentemente um género que lhe granjeou grande popularidade – Passa por mim no Rossio foi há já quase 30 anos.

Mais recentemente, também os Praga foram declaradamente à “revista”, com Tropa Fandanga, embora o formato não lhes seja de modo algum estranho, como se verificou, por exemplo, em Xtròrdinário, musical que conceberam em 2019 para a celebração dos 125 anos do Teatro São Luiz.

Aproveitando a natureza cómica e satírica que caracteriza o teatro de revista, a autora e atriz Ana Sampaio e Maia propõe agora apropriar-se dos “códigos cénicos” do género para, através de pequenos quadros, olhar para o meio artístico em Portugal, abordando com humor uma realidade muito pouco “cor-de-rosa”, caracterizada sobretudo por aquilo que considera o “desfasamento entre o brilho do estrelato e a real condição artística, escondida atrás das cortinas do teatro.” FB

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