Quarto Escuro
Margarida Caldeira
“De roupão e cabelo molhado, sento-me num banco corrido. À entrada, descalço os chinelos e mergulho os pés no chá da melancolia: sal, rosmaninho e canela. A sala da memória é u sala de espera sem janelas, cheia de armários fechados à chave, onde homens e mulheres, todos iguais a mim, com os pés dentro da mesma infusão, pensam na primeira imagem, no primeiro cheiro, no primeiro encontro, no primeiro beijo, no primeiro filho, na primeira mentira, na primeira rotura, na primeira morte. A memória é um ficheiro corrompido, sofre com a constante deslocação e renovação dos arquivos. Uma memória nunca chega intacta ao seu destino. Fecho os olhos. Passado, presente, ou futuro?” – Patrícia Portela
Ficha técnica:
A partir de 'O Banquete' de Patrícia Portela. Margarida Caldeira, criação e interpretação.
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