Pedro César Teles
Intervallum: sonhar (n)o rio

Qualquer fim dá lugar a uma nova (in)temporalidade. Imaginamo-nos nuvens, em viagens celestiais, enquanto abraçamos a brisa e sonhamos (n)o rio.
Tudo passa porque vai ficando, para trás, encostado numa fase. Os reflexos aumentam, o sol movimenta-se de mansinho, as subidas perpetuam-se e as sombras dão lugar a intervalos. Estes urgem! Compensam! Não nos permitem adormecer e ajudam a contemplar o resto da obra. Regra geral, a melhor. Quem não aguarda pela segunda parte, corre o risco de tudo perder. Pelo menos, o essencial.
Sempre que os opostos se misturam, diluem-se eternamente! Já que assim são, quanto valeria permanecerem longe um do outro! Tal como o céu e o mar! Combatem-se porque se tornam visivelmente presentes. E, se sabemos conviver com a presença de quem nos pode abandonar, não vacilamos. A história será tanto mais bela quanto os intervalos por que nos deixemos embrenhar.
Há que continuar a escrever por dentro, a buscar a alma e a sonhar (n)o rio!
Pedro César Teles
Terça a sábado, das 11h às 19h
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