Ó – Um dispositivo de dança

Cristian Duarte apresenta em Ó um dispositivo de dança cuja vontade de estabelecer uma dramaturgia tátil, se faz através da incessante modulação da perceção e do afeto. Seguindo com a sua pesquisa sobre o minimalismo na dança e a sensorialidade do movimento, dá aqui conta da tentativa de se afastar do hemisfério trágico presente na narrativa grega de Orfeu – referência que serve de âncora à obra –, o olhar para trás que o fez supostamente perder Eurídice, e que se torna um dispositivo para interrogar o tempo enquanto matéria. A peça deste coreógrafo paulista convida o público a construir com os performers um campo de empatia.

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