O Fazedor de Nadas
Parada de Elefantes-Teatro
A partir da parábola da criação do homem de Rilke, no solo árido de todas as (im)possibilidades – o palco – uma voz, a de um Bom Deus, exclama “Não deixes nada por dizer”. Num mundo onde os ornitorrincos se extinguiram, dois seres – imperfeitos, mão esquerda e direita do Bom Deus – tentam não deixar nada por dizer, ou melhor dizer tudo, ou melhor contar-nos a história de ADAN E ODUT – o tudo e o nada. Assistimos ao génesis, o ato criativo como a criação do mundo, um mundo – este mundo, o do invisível e do indizível – onde respiram ADAN e ODUT enquanto se alimentam de paradoxos. Na vizinhança de Godot, que acena do andar mais alto do bairro, cria-se a balança entre inutilidade e relevância. O rol de fazedores de coisas úteis, tornados metáforas de si mesmos, confrontados com a constatação de que tudo é nada.
Ficha técnica:
Parada de Elefantes. Laura Morais da Silva, direção artística e texto; André Lopes, Brandão de Mello, Larissa Cintra, Leonor Vilar, Pedro Miguel Jorge e Teresa Silveira Machado, interpretação.
8 €
Local: