Maria José Oliveira
Labirinto

Labirinto também nos conduz ao interior de nós mesmos, a uma espécie de santuário escondido no qual reside o mais misterioso da pessoa humana. A transformação do ‘eu’ que se opera no centro do labirinto, e que se afirmará à luz do dia, no fim da viagem, do retorno, da passagem das trevas à luz, marcará a vitória do espiritual sobre o material do eterno sobre o perecível, da inteligência sobre o instinto, do saber sobre a vidência cega porta de uma outra vida.
É o palácio cretense de Minos, onde residia o Minotauro, de onde Teseu só conseguiu sair com a ajuda do fio de Ariadne. A finalidade é descobrir a rota que o conduz ao centro desta teia de aranha…
Num tempo mais contemporâneo, parece lícito utilizar outro formulário sem magoar, nem esquecer, tanto os registos geométricos (mandala), como fio condutor, à libertação do fio de Ariadne. Contudo, a partir de um sonho, ou melhor dizendo, de um pesadelo, deixo-vos, uma nova maneira de ler e interpretar o mito. Água pura e cristalina foi pedida com furor. Essa água percorrendo todas as arquitecturas do avesso do corpo humano, lava-o, produzindo, assim, um líquido, quase dourado, que é expelido pelo nosso depósito e “torneira mágica”. Assim, o percurso do labirinto fornece a saída para uma forte e urgente liberdade.
MJO
Terça a sábado, das 15h às 19h
Ficha técnica:
Curadoria de Rita Anuar e Tânia Geiroto Marcelino
Local: