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Hugo Canoilas, Vasco Costa e Filipe Feijão

Mãos Negativas

artes
17 janeiro a 9 março 2019
vários horários
Galeria Quadrado Azul
Hugo Canoilas, Vasco Costa e Filipe Feijão

O título Mãos Negativas é emprestado pelo poema homónimo de Marguerite Duras.

Canoilas apresenta dois conjuntos de pinturas. O primeiro desenvolve-se em torno de fragmentos de um poema que resulta de uma deriva em textos sobre a criação do mundo, de várias proveniências geográficas e históricas. O segundo conjunto apresenta animais pré-históricos ou já extintos. Ambos, imagem gráfica e texto, colocam num segundo plano de comunicação pinturas abstractas, produzidas com tinta acrílica fluída e anilinas que se tornam parte do corpo do tecido.

As esculturas de Vasco Costa são corpos. O corpo como ponto zero do mundo, segundo Michel Foucault, cujo pensamento tem uma ligação direta com estas esculturas, às quais empresta o título do seu livro Le Corps Utopique (1966). A banheira apresenta-se como espaço sinestésico, intermediário da nossa relação com o quotidiano, numa passagem da sua funcionalidade horizontal para corpo vertical. Por sua vez, esse corpo é uma representação negativa, na senda de Barnett Newman e sobretudo do espaço debaixo de uma cadeia, de De Kooning e materializado por Bruce Nauman.

As obras de Filipe Feijão estão indelevelmente ligadas à construção de uma obra escultórica no exterior da sua residência ao longo de quinze anos. A obra é composta por uma escadaria de dois andares em madeira, que recebeu de forma continuada objetos encontrados, cactos e peças escultóricas, todos modelados pela chuva e por outros elementos que lhes conferem a qualidade de algo irreproduzível, um organismo vivo num processo de constante adição e subtracção das suas partes. As peças apresentadas nesta exposição lidam precisamente com essa qualidade única, e reproduzem, com diferentes escalas, partes destas composições escultóricas que se autonomizam enquanto obras.

Segunda a sábado, das 10h às 18h


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