Hugo Bernardo
Mirror maze

Mirror Maze ou o fascínio pela duplicação dos espelhos e alucinações oculares, surge como parábola ou aparato cénico – uma paródia de visões e aparições através de engenhos pictóricos e mecanismos óticos.
Na profundidade dessa delirante mutação, efeitos de projeções cristalinas e correções refletidas, perfazem o clarão da imagem que surpreende pela revelação. A alquimia desta lente, a luminescência da sua permeabilidade, fratura o eco de Narciso pelo abismo da entidade informe de um desconhecido e inédito monstro.
Na anamorfose desta conversão ou feitiço ótico (poder mágico mistificador e criador), desagregação que alastra e arrasta, jaz a ilusão dessa realidade obscura e vertiginosa – a subversão espacial e inquietação no inócuo vazio desse sonho.
As massas dos espelhos de que saltam fortemente, os astros, os rostos e não haver exemplo mas apenas uma forma rudimentar desfechada contra tudo aqui escavando, achado o veio, a limpidez primeiramente.
Areia do outro mundo, a gola da cobra e o cilindro de seu desenho. Forma arcaica por onde todo o tempo tens, limite sem coisa. Oh que deleite que dá de duplicar ao mundo!
(António Poppe citando Herberto Helder)
Terça a domingo, das 10h às 17h
Ficha técnica:
Curadoria de Sofia Marçal
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