Do Convento ao Campo Grande
50 Anos da Biblioteca Nacional
A Biblioteca Nacional de Portugal assinala 50 anos com uma exposição inédita comissariada pelos arquitetos João Pardal Monteiro e João Paulo Martins. A exposição assinala a mudança da Biblioteca Nacional do Convento de S. Francisco para o novo edifício do Campo Grande, em 1969. Reconstituindo o contraste de ambientes através de peças originais, algumas mostradas ao público pela primeira vez, a exposição incide sobretudo nos processos de arquitetura de interiores e mobiliário, através de desenhos de projeto, fotografias, relatos do então diretor da Biblioteca documentando os trabalhos, entre muitos outros materiais.
A exposição pretende dar a conhecer como foram detalhadamente pensados e construídos os interiores e equipamentos do novo edifício da Biblioteca. Inicialmente instalada no Terreiro do Paço, mas sem condições para receber as livrarias dos conventos extintos em 1834, a Biblioteca foi transferida, em 1837, para o antigo Convento de São Francisco, ao Chiado. A desadequação destas instalações cedo deu lugar à exigência de um novo edifício, manifestada por sucessivas direções da Biblioteca, desde meados do século XIX, mas que só verá concretização a partir dos anos 50 do século XX. Em 1952, já sob a direção de Manuel dos Santos Estevens (1913-2001), foi finalmente iniciado o processo, que este diretor da Biblioteca acompanhou e documentou ao pormenor.
Para o projeto de arquitetura foi contratado o arquiteto Porfírio Pardal Monteiro (1897-1957), continuado por António Pardal Monteiro (1928-2011), envolvendo uma equipa multidisciplinar de jovens projetistas para as infraestruturas técnicas, paisagismo, interiores e mobiliário. O arquiteto José Luís Amorim (1924-1999) ficou encarregue do projeto dos depósitos e das salas de trabalho dos serviços e o designer Daciano da Costa (1930-2005) ficou responsável pela arquitetura de interiores e mobiliário das salas da direção e dos principais espaços de público (catálogo, leitura geral, restaurante, auditório). O desenho de algumas peças complementares ficou a cargo do arquiteto Manuel João Leal (1925-2017). Os móveis foram construídos por empresas como a Olaio, Altamira e Fábrica Osório de Castro (FOC).
Em 50 anos de vida, o esforço para ir adaptando o edifício à evolução dos tempos tem sido incessante. A primeira grande obra de remodelação, o prolongamento da Torre de Depósitos e a construção de uma casa-forte, concretizou-se entre 2008 e 2012, envolvendo o investimento na renovação de todas as instalações técnicas necessárias à segurança e conservação das coleções.
Segunda a sexta, das 9h30 às 19h30, sábado, das 9h30 às 17h30
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