Clássicos Contigo
Instituto Cervantes online
O ciclo de cinema Clássicos Contigo, que teve início em maio, continua a disponibilizar, no canal vimeo do Instituto Cervantes, clássicos da cinematografia espanhola. Os filmes ficam disponíveis durante 48 horas para visualização gratuita.
Para cada obra é feita uma breve apresentação audiovisual por parte de prestigiados membros da Academia de Cinema de Espanha.
3 a 7 jul: 19h
De Víctor Erice, com Fernando Fernan Gomez, Ana Torrent, Teresa Gimpera
1973, 93’
Uma obra sobre a infância, a descoberta e o medo do desconhecido. O filme decorre em 1940 e acompanha as irmãs Isabel e Ana, de oito e seis anos. Depois de assistirem à exibição de Frankenstein, de James Whale, no cinema ambulante, as crianças ficam obcecadas pela personagem. Quando Ana desaparece, esse fascínio pelo “monstro” cresce ainda mais aos olhos de Isabel. A primeira longa-metragem de Víctor Erice é uma metáfora da Espanha pós-guerra civil. O cineasta transmite emoções de forma tocante, com pouco recurso a falas, através da manipulação da luz, cor, dos sons e silêncios, e da forma como filma os rostos e o espaço onde as personagens se movem.
10 a 12 jul: 19h
De Mario Camus, com Alfredo Landa, Terele Pávez, Belén Ballesteros
1984, 107’
O filme, que em 1984 ganhou, no Festival de Cannes, o prémio de Melhor Ator e uma menção honrosa do Júri Ecuménico, é uma adaptação da obra literária homónima de Miguel Delibes. O retrato de uma família pobre que, nos anos de 1960, vive numa zona rural. O seu quotidiano miserável, a humilhação e injustiça que sofrem por parte dos senhores e donos das terras onde trabalham, levam-nos a desejar uma vida melhor. O relato de um dia-a-dia duro que o realizador capta com grande poesia e onde a miséria de uns se opõe à riqueza desumanizada de outros. O filme conta com interpretações excecionais, filmadas em paisagens de grande beleza.
17 a 19 jul: 19h
De Víctor Erice, com Omero Antonutti, Sonsoles Aranguren, Icíar Bollaín
1983, 95’
A segunda longa-metragem de Víctor Erice é apresentada através do olhar de uma menina, cujos mistérios da vida vão sendo revelados até esta atingir a adolescência. Nesse momento a jovem parte para sul. O filme termina aí, não por opção mas por necessidade, uma vez que houve problemas com a produção. No entanto, apesar desse infortúnio, esta é uma obra de grande beleza que dá a conhecer uma Espanha obscura, nos anos de 1950, e uma família assombrada por segredos, memórias e perdas.
24 a 26 julho: 19h
De Ricardo Franco, com Antonio Resines, Maribel Verdú, Jordi Mollà
1997, 98’
Um filme duro, mas comovente, com interpretações realistas e muito aclamadas. Um triângulo amoroso dá vida a uma história de infortúnio e amor, que concilia lirismo, humor e crueza. Rafael tem uma vida triste e solitária. Um dia cruza-se com Marina, uma mulher que está a ser espancada pelo companheiro. Rafael acolhe-a em sua casa. Marina está grávida e Rafael quer ser pai. Ambos descobrem a oportunidade de cumprirem o seu maior sonho: construir uma família. Quando a vida parece corresponder às expetativas, o namorado de Marina, reaparece. O filme foi o grande vencedor dos prémios Goya em 1998.
31 jul a 2 ago: 19h
De Luis García Berlanga, com Alfredo Landa, Guillermo Montesinos, Santiago Ramos
1985, 116’
Um dos projetos mais antigos de Berlanga, cuja rodagem foi dificultada durante vários anos, mas que acabou por ser um dos seus maiores êxitos. O filme apresenta a visão do realizador sobre a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). A obra, em tom de comédia, segue cinco combatentes da zona republicana que resolvem roubar a vaca que animaria os festejos do inimigo, por ocasião das celebrações de Nossa Senhora de Agosto. Um ato que lhes permite conseguir a comida que escasseia na frente, estragar a festa ao inimigo e levantar a moral dos camaradas.
