“Amor Fati” de Cláudia Varejão
Estreia nos cinemas

Em tempos invulgares, esta é uma semana atípica nas estreias de cinema, com a estreia em sala de um único filme. Amor Fati, de Cláudia Varejão marca a diferença e coloca mais uma vez em destaque o cinema português.
A realizadora regressa às longa-metragens com Amor Fati depois da estreia, em 2016, de Ama-San. Este novo trabalho encontra inspiração no discurso de Aristófanes que transmitia a seguinte visão: na origem do ser humano estará um corpo uno, com quatro pernas, quatro braços e dois rostos. Seres invencíveis que poderiam desafiar os deuses. Por isso Zeus, inflexível, retaliou a ousadia e lançou um raio que os dividiu ao meio. Desde esse dia, em terra, as metades procuram sem cessar, umas pelas outras.
O filme é assim um retrato íntimo de pares e grupos de pessoas que partilham a vida. É o resultado de dois anos de pesquisa, que levou a realizadora a percorrer o país à procura de histórias de amores inabaláveis que se expressam em fisionomias idênticas. São retratos de casais, amigos, famílias e animais com os seus donos. Partilham a intimidade quotidiana e alguns traços físicos. A partir dos seus rostos e da coreografia dos gestos é revelada a história que os une.
Segundo Cláudia Varejão “Este filme é um atlas de histórias e emoções que expressam o meu sentimento pela humanidade e que tende a engrandecer diante da nossa vulnerabilidade, diante da morte. (…) Talvez o cinema nos ajude, assim, a fintar o fim.”
No Cinema Ideal realizam-se duas sessões especiais:
12 novembro: 20h
Conversa com Gabriela Moita e Cláudia Varejão, moderação de Emília Tavares
13 novembro: 20h
Conversa com Cláudia Varejão e Hugo van der Ding, moderação Teresa Vieira
Ficha técnica:
Portugal, 2020, Cores, 101 min.
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