Consonâncias VI

Músicos da Orquestra Sinfónica Portuguesa e do Coro do Teatro Nacional de São Carlos assumem o protagonismo num programa constituído por três obras em géneros distintos: orquestral, concertante e vocal. A abertura faz-se com o célebre Adagio para cordas de Samuel Barber (1910-1981) – adaptação para orquestra do seu Quarteto de Cordas em Si menor, Op. 11. Composto em 1936 e estreado dois anos mais tarde sob a batuta de Arturo Toscanini, terá sido, em parte, inspirado pela leitura das Geórgicas de Virgílio. Tornou-se uma das obras mais emblemáticas do século XX, reconhecida pela sua intensidade emocional, por um pathos e lirismo pungentes.

Segue-se o Concerto para quatro violinos, em Si menor, RV 580, de Antonio Vivaldi (1678-1741) – o décimo do ciclo L’Estro Armonico (1711), dedicado a Fernando de Médici. Com estrutura de concerto grosso em sete partes, a obra dá palco o virtuosismo dos solistas Maria Bykova, Flávia Marques, Sara Cymbron e Tomás Costa, em diálogo vibrante com a orquestra.

O concerto encerra com a cantata Arianna a Naxos, de Joseph Haydn (1732-1809), composta em 1789. Inspirada na tragédia mitológica da princesa Ariadne, alterna recitativos e árias numa linguagem contida e elegante, característica do Classicismo vienense. Será apresentada em versão orquestral, com interpretação da meio-soprano Rita Coelho. A direção musical do concerto estará a cargo do maestro Antonio Pirolli.

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