José Pinho

O diretor artístico do Lisboa 5L apresenta a terceira edição do festival

José Pinho

O Festival Internacional de Literatura e Língua Portuguesa regressa entre 4 e 8 de maio para a sua primeira edição totalmente presencial. Traz um programa extenso, que cobre temas atuais da língua e da literatura, e um elenco de luxo. Falamos com José Pinho, o seu diretor artístico, que tem um objetivo:  ter na cidade um festival internacional exemplar.

O que marca esta terceira edição do Festival Lisboa 5L?

O que mais distingue esta edição das anteriores é que vai ser a primeira edição presencial. A edição de 2020 nem sequer se realizou. Veio a pandemia e os promotores decidiram cancelá-la. Comemorámos apenas o dia 5 de maio porque quisemos aproveitar a oportunidade desse dia ter sido designado pela UNESCO e, poucos meses antes, o Dia Mundial da Língua Portuguesa.

O que o diferencia de outros festivais literários nacionais?

O que o distingue de qualquer outro festival literário, nacional ou internacional, é o facto de não ter nem tema nem autor celebrado ou homenageado. No festival de Lisboa, é a própria celebração dos 5Ls (Língua, Leitura, Literatura, Livro e Livraria) que orienta e define a construção da programação. O envolvimento dos parceiros de programação, editores, livreiros, instituições, acrescenta um valor inestimável na composição de um programa diversificado e de qualidade. E, nestas áreas da leitura, do livro e da livraria, o 5L expande-se pela cidade ocupando espaços públicos e privados: bibliotecas, livrarias, casas de escritores, cafés, restaurantes e hotéis literários. E não é só o Festival 5L que se distingue dos outros; a própria cidade também se distingue de muitas outras pela proliferação de livrarias históricas, pelas bibliotecas com condições excecionais, pelos muitos cafés e hotéis frequentados por literatos, pelas casas dos escritores mais relevantes da literatura em português.

Estas três edições permitiram a consolidação da iniciativa?

Não. Ainda não foi possível atingir o grau de notoriedade e de reconhecimento que pretendemos para este festival literário. Para que esse reconhecimento e notoriedade sejam alcançados, e mais do que a qualidade dos participantes que é de grau muito elevado, o Lisboa 5L precisa de se afirmar pela repetição, ano a ano, e por uma maior divulgação.

Como perspetiva a evolução do 5L?

O próximo será sempre melhor que os precedentes. É da sua própria natureza. Os participantes, os organizadores e os parceiros vão adquirindo mais conhecimento, vão acrescentando entusiasmo, vão tecendo redes de afinidades e de cumplicidades que nos permitirão cumprir todos os objetivos: realizar na cidade de Lisboa um festival literário internacional que seja exemplar. Não posso deixar de referir que o Lisboa 5L pode contribuir para que, num futuro bem próximo, a cidade de Lisboa possa vir a integrar a rede mundial das restritas Cidades Criativas da Literatura UNESCO.