Trilogia da Juventude

O Teatro Experimental do Porto em Lisboa

Trilogia da Juventude

O Teatro Experimental do Porto regressa a Lisboa com uma trilogia que retrata o papel da juventude na sociedade portuguesa contemporânea. Do cinzentismo salazarista aos anos do cavaquismo, passando pelo esboço daquilo que seria a Revolução de Abril, Gonçalo Amorim e Rui Pina Coelho assinam as três peças que, de 11 a 28 de outubro, sobem ao palco da Sala Estúdio do Teatro Nacional D. Maria II.

A decana das companhias de teatro profissionais portuguesas, o Teatro Experimental do Porto, regressa a Lisboa com três peças da autoria de Gonçalo Amorim e Rui Pina Coelho que refletem sobre o papel da juventude na História portuguesa contemporânea.

Salutar provocação ao influente Pequeno Tratado de António Pedro (membro fundador da companhia), O grande tratado de encenação é um olhar sobre a geração dos anos 50: num sótão, três jovens (Catarina Gomes, Paulo Mota e Sara Barros Leitão) anseiam por um teatro novo, como se ele pudesse forçar a entrada num mundo diferente daquele que está lá fora, nas ruas, no país de Salazar.

Em A Tecedeira que lia Zola, ensombrados pela Guerra Colonial e por uma ditadura que não tem fim, um grupo de jovens universitários (Bruno Martins, Catarina Gomes, Paulo Mota e Sara Barros Leitão) parte para os campos e para as fábricas, com a cabeça cheia de livros, para plantar as sementes daquilo que virá a ser a Revolução.

A encerrar a trilogia, Maioria Absoluta, ou um olhar sobre a geração que o cavaquismo gostou de apelidar de “rasca”: eles e elas (Carlos Malvarez, Catarina Gomes, Eduardo Breda, Íris Cayatte, Mariana Magalhães, Paulo Mota e Pedro Galiza) envergam camisas de flanela e calçam All Star e Doc Martens, ouvem grunge, e lutam contra propinas ou provas gerais de acesso ao ensino superior, “manifestando-se dia sim dia não” em busca de um rumo, de uma via criativa para um período em que o país vivia a ilusão do asfalto e do cimento a expensas de fundos comunitários.

A 27 de outubro, os três espetáculos são apresentados, respetivamente, às 16h30, 18h30 e 21h30.