As escolhas de Rodrigo Francisco

Diretor Artístico do Festival de Almada

As escolhas de Rodrigo Francisco

A poucos dias do início da 35.ª edição do Festival de Almada, o diretor artístico da mais importante mostra de teatro do país convida-o a atravessar o Tejo e a vir viver a grande festa no seu epicentro: em Almada! E, numa tarefa sempre ingrata, ainda seleccionou três espetáculos que ninguém pode perder...

Entre os dias 4 e 18 de julho, o Festival de Almada marca o panorama cultural de Lisboa e da sua cidade vizinha a sul do Tejo, com alguns dos maiores criadores nacionais e internacionais. Como almadense de gema, Rodrigo Francisco, diretor do Festival e da Companhia de Teatro de Almada, convida os lisboetas a atravessar o rio, seja por via da Ponte 25 de Abril ou, “porque é bem mais agradável, e a travessia demora uns meros 11 minutos, por cacilheiro. Depois é só apanhar o metro de superfície e descer na Praça São João Baptista, a 50 metros do palco da Escola D. António da Costa e do Teatro Municipal Joaquim Benite”, bem no coração de Almada. E a razão desta sugestão é simples: será por estes palcos que vão passar as escolhas de Rodrigo Francisco.

Logo no dia 6, o coreógrafo oriundo do Burquina Faso, Serge Aimé Coulibaly apresenta o extraordinário Kalakuta Republik, inspirado no compositor Fela Kuti (criador do afrobeat); dias depois, a 9 e 10 de julho, Jean Bellorini, “um dos novos grandes encenadores do teatro europeu” traz a Almada Liliom ou a vida e a morte de um vagabundo, de Ferenc Molnár, peça que inspirou Fritz Lang e que, nesta magnifica produção, lembra mesmo o ambiente simultaneamente festivo e catastrófico de Casimiro e Carolina de Horváth. Por fim, quase a fechar a grande festa, o premiado encenador de origem húngara David Marton revisita genialmente a ópera La Sonnambula (dias 17 e 18) de Bellini, naquele que “será, com toda a certeza, um dos momentos mais surpreendentes de todo o Festival.”